domingo, 31 de janeiro de 2016

Ibá confirma aumento nas exportações dos produtos florestais em 2015

Desvalorização cambial favoreceu o comércio exterior brasileiro para todos os continentes

A celulose foi o maior destaque nas exportações
A celulose foi o maior destaque nas exportações
Em 2015, o setor de árvores plantadas, favorecido pela desvalorização cambial, registrou alta nas exportações de celulose, painéis de madeira e papel. O volume de exportações de celulose somou 11,5 milhões de toneladas no acumulado de 2015, crescimento de 8,6% em relação aos 10,6 milhões de toneladas exportadas em 2014. De janeiro a dezembro de 2015, as exportações de painéis de madeira alcançaram 641 mil m³, alta de 52,3% em relação ao mesmo período de 2014. As exportações de papel atingiram 2,1 milhões de toneladas em 2015, volume 11,5% maior em relação a 2014.
Confira a seguir os demais indicadores de desempenho do setor de árvores plantadas, na 20ª edição do Cenários Ibá, boletim mensal da Indústria Brasileira de Árvores.
Receita de exportações – No acumulado de 2015, as receitas de exportação de celulose, painéis de madeira e papel totalizaram US$ 7,8 bilhões, o que representa crescimento de 6,1% em relação ao mesmo período de 2014, quando o total foi de US$ 7,4 bilhões. O saldo da balança comercial do setor de janeiro a dezembro de 2015 é de US$ 6,5 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 17,3% em relação ao saldo do mesmo período de 2014. A Europa se manteve como principal destino da celulose brasileira e foi responsável por aproximadamente 38,5% dessa receita, seguida pela China e América do Norte, respectivamente, com cerca de 33,2% e 17,6%. Os embarques para a China cresceram 8,8% no ano.
Produção – De janeiro a dezembro de 2015, a produção de celulose cresceu 4,5% em relação ao mesmo período de 2014, atingindo 17,2 milhões de toneladas. A produção de papel se manteve praticamente estável, somando, 10,3 milhões de toneladas nos doze meses de 2015.
Vendas Domésticas – De janeiro a dezembro de 2015, as vendas domésticas de papel somaram 5,5 milhões de toneladas, volume 4,6% inferior em relação ao mesmo período de 2014. As vendas de painéis de madeira atingiram 6,4 milhões de m³, volume 11,3% menor na comparação com o mesmo período de 2014.
Perspectivas – “2016 será um ano austero, e o mercado continuará enfrentando os mesmos desafios de 2015. As previsões devem ser cautelosas, pois ainda não há um quadro claro sobre as medidas de estímulo à economia que serão anunciadas pelo Governo”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Ibá.
Fonte: Ibá

Eldorado deve ir ao mercado buscar recursos para financiar expansão

A empresa que melhorar o perfil de sua dívida e garantir financiamento para o projeto de duplicação

Unidade da Eldorado Brasil em Três Lagoas (MS)
Unidade da Eldorado Brasil em Três Lagoas (MS)
A Eldorado Brasil, fabricante de celulose do grupo J&F, está se preparando para ir ao mercado de dívida ou de ações nos próximos meses se as condições forem favoráveis, com o objetivo de melhorar seu perfil de dívida, ao mesmo tempo em que mira um aumento de capital e orquestra financiamento bilionário para seu projeto de expansão.
A companhia divulgou nesta semana o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,87 bilhão em 2015 depois de três anos de início de operação. "Na nossa visão, liquidez (no mercado) não é o problema hoje e as taxas de juros no mundo estão baixas. O dinheiro não está sendo colocado para trabalhar por conta de uma percepção de risco. Mas a empresa é exportadora, tem baixo custo de produção, projeto de expansão sendo executado e vai ter rating muito favorável no momento certo", disse José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil.
Para ele, a Eldorado também é favorecida pelo câmbio e pela política de hedge conservadora. Além disso, uma colocação no mercado de capitais seria endereçada, sobretudo, ao investidor do exterior, onde o mercado vai melhor que o brasileiro. A lógica de uma operação seria reduzir custo e alongar a dívida, não financiar a ampliação da fábrica em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Atualmente, a dívida líquida da Eldorado está em cerca de R$ 7,9 bilhões. Uma decisão de ir ao mercado ainda não foi tomada, mas, segundo o executivo, a prioridade agora é deixar a companhia pronta do ponto de vista regulatório e de qualidade de suas contas para aproveitar momento mais favorável dos mercados, algo que pode ocorrer nos próximos meses. "Estamos trabalhando na preparação de um 'info memo' com dados. Nunca sabemos quando o mercado vai estar pronto", disse Grubisich.
Já para financiar o projeto de expansão, de cerca de R$ 8 bilhões, a empresa discute uma operação de aumento de capital de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões, que poderia ocorrer por uma capitalização pelos sócios atuais ou uma colocação privada.
China: sobre os preços de celulose em dólares nesse país, Grubisich disse que em dezembro foi registrada ligeira queda, depois de estabilidade em outubro e novembro e de pequeno aumento em setembro. A Ásia é o maior mercado da Eldorado, com 43% do volume de venda de exportação. Os compradores chineses têm buscado menores preços por conta da previsão de entrada de novas capacidades de produção no mercado neste ano, como a da Klabin e da Asia Pulp & Paper (APP) na Indonésia, além do período de menor atividade em fevereiro, devido ao Ano Novo Chinês, disse o executivo.
Mas o entendimento do setor é de que a demanda não caiu. "Vamos ter que esperar a volta do Ano Novo chinês para ver como está o equilíbrio de oferta e demanda. Acreditamos que a demanda continua forte, o mundo vai continuar precisando de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas de capacidade nova a cada um ano, um ano e meio", disse.
Fonte: Portal R7 Notícias

Receita líquida da Fibria supera barreira dos R$ 10 bilhões em 2015

Valor é 42% maior que o registrado em 2014, sendo que R$ 3 bilhões são do último trimestre do ano passado

A Fibria registrou receita líquida de R$ 10,1 bilhões em 2015 – um valor 42% acima do registrado em 2014 e novo recorde para o período de um ano. No quarto trimestre de 2015, a receita líquida foi de R$ 3 bilhões, 7% superior ao trimestre anterior.
Marcelo Castelli: presidente da Fibria
Marcelo Castelli: presidente da Fibria
Também recorde para um período de 12 meses, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado atingiu R$ 5,3 bilhões, representando um crescimento de 91% do montante registrado em 2014. No quarto trimestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 1,6 bilhão, um aumento de 5% em relação ao trimestre anterior. A margem Ebitda em 2015 ficou em 53%, sendo também um novo marco no desempenho econômico da companhia.
A robusta evolução de 351% na geração de fluxo de caixa livre em 2015 também foi outro destaque nos resultados da companhia ao registrar o recorde de R$ 2,9 bilhões, sem considerar os pagamentos de dividendos, o investimento (Capital Expenditure – Capex, na sigla em inglês) na expansão da Unidade de Três Lagoas (MS) – o projeto Horizonte 2 – e a compra de terras realizada no final do ano. Desse total, R$ 866 milhões foram gerados no último trimestre do ano.
“O ano de 2015 marca uma nova fase da nossa história, com decisões estratégicas importantes rumo a um novo patamar de competitividade e aumento de capacidade operacional. Com o projeto Horizonte 2, que segue dentro do cronograma, iremos ampliar nossa posição de liderança global no setor de celulose”, diz o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.
Em 2015, a Fibria obteve lucro líquido de R$ 357 milhões principalmente em função do seu forte desempenho operacional, ainda que parcialmente compensado pelo impacto contábil da variação cambial sobre seu resultado financeiro, não presente em períodos de estabilidade da moeda. A administração da companhia propôs a distribuição de 87% do lucro líquido de 2015 em dividendos aos acionistas, que totaliza R$ 300 milhões e será submetida à próxima Assembleia Geral, prevista para abril.
A proposta de distribuição de R$ 300 milhões em dividendos, que contempla R$ 218,7 milhões em dividendos adicionais ao dividendo mínimo obrigatório de R$ 81,3 milhões, baseia-se na política de dividendos lançada em 2015, que prevê ainda a possibilidade de uma remuneração adicional ao acionista ao longo do ano, caso sua geração de caixa supere os cenários previstos, desde que respeitadas suas Políticas de Endividamento e Liquidez e o seu compromisso com o Grau de Investimento.
A companhia encerrou 2015 com dívida líquida em dólar em US$ 2,8 bilhões. A alavancagem, medida pela relação entre Dívida Líquida e Ebitda, encerrou o ano em 1,78 vezes, em dólar, abaixo dos limites estabelecidos na Política Financeira da empresa.
Destaques do Ano
Em maio de 2015, a Fibria anunciou o Projeto Horizonte 2, que ampliará a capacidade de produção de sua Unidade de Três Lagoas, localizada no estado do Mato Grosso do Sul. O investimento total é de R$ 8,7 bilhões, equivalente a cerca de US$ 2,2 bilhões, já estando com a estrutura financeira equacionada. A nova linha de produção de celulose da Fibria em Três Lagoas (MS), cuja pedra fundamental foi lançada em 30 de outubro passado, irá aumentar a capacidade de produção da Companhia para mais de 7 milhões de toneladas e ampliar sua competitividade no mercado global.
Também em maio, a Fibria firmou um contrato comercial com a Klabin para comercialização da totalidade da produção de celulose de fibra curta da unidade em construção em Ortigueira (PR) – projeto Puma – a ser destinada para países fora da América do Sul.
“Com o consistente fluxo de caixa livre registrado no ano, conseguimos dar início ao projeto de Horizonte 2, pagar R$ 2 bilhões em dividendos intermediários em dezembro sem comprometer a qualidade do nosso crédito, confirmado recentemente como Grau de Investimento e com perspectiva estável pelas 3 agências de rating em meio a um cenário adverso na economia brasileira”, afirma Guilherme Cavalcanti, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Fibria.
Pelo sétimo ano consecutivo, a Fibria foi selecionada para integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa e para compor, mais uma vez, o Índice de Sustentabilidade para países emergentes da Bolsa de Nova York (DJSI Emerging Markets). Em 2015, a Fibria foi escolhida como empresa criadora de tendências para o desenvolvimento sustentável (Sustainable Standard-Setter Award) pela ONG Rainforest Alliance.
Sobre a Fibria
Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria é uma empresa que procura atender, de forma sustentável, à crescente demanda global por produtos oriundos da floresta. Com capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, a companhia conta com unidades industriais localizadas em Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS), além de Eunápolis (BA), onde mantém a Veracel em joint-operation com a Stora Enso. A companhia possui 969 mil hectares de florestas, sendo 568 mil hectares de florestas plantadas, 338 mil hectares de áreas de preservação e de conservação ambiental e 63 mil hectares destinados a outros usos. A celulose produzida pela Fibria é exportada para mais de 40 países. Em maio de 2015, a Fibria anunciou a expansão da unidade de Três Lagoas, que terá uma nova linha com capacidade produtiva de 1,75 milhão de toneladas de celulose por ano, e entra em operação no quarto trimestre de 2017. Com ações listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa e ADR nível III na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a Fibria tem 29,42% de sua composição acionária detida pela Votorantim Industrial S.A., 29,08% pela BNDESPAR e 41,50% de free-float no mercado financeiro. Para mais informações, acesse www.fibria.com.br.
Fonte: Painel Florestal

Saiba quem faz parte do Top 10 dos países mais “verdes” do mundo

O Brasil está na 46ª posição, atrás de países como Azerbaijão, Costa Rica, Argentina e Cuba

 
1º Lugar: Finlândia (90,68)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
1º Lugar: Finlândia (90,68)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
Acesso á água potável, saneamento básico, proteção das florestas e qualidade do ar são apenas alguns dos quesitos analisados pelo Índice de Desempenho Ambiental. O documento, produzido por cientistas das Universidades de Yale e Columbia, juntamente com o Fórum Econômico Mundial, considerou os dados de 180 países, analisando o que é feito para proteger o meio ambiente e a saúde humana.
2º lugar: Islândia (90,51) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
2º lugar: Islândia (90,51) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
O relatório, divulgado no último domingo (24), coloca o Brasil na 46ª posição, atrás de países como Azerbaijão, Costa Rica, Argentina e Cuba. A pesquisa mostrou evoluções globais importantes, como o acesso à água potável e a proteção dos habitats. Em 2000, mais de um bilhão de pessoas não tinham água limpa para o consumo. Em 2015, o número caiu para 550 milhões.
3º lugar: Suécia (90,43)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
3º lugar: Suécia (90,43)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
Por outro lado, o estudo também trouxe à tona grandes deficiências. O saneamento básico e o tratamento de águas residuais é um desses problemas, com 23% dos países listados tendo tratamento zero dos efluentes. A pesca é outro item preocupantes, com diversas espécies em risco de colapso. Mas, um dos pontos mais alarmantes é a poluição do ar. De acordo com o documento, mais de 3,5 bilhões de pessoas vivem em áreas com níveis de poluição do ar considerados inseguros.
4º lugar: Dinamarca (89,21) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
4º lugar: Dinamarca (89,21) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com) 
A Finlândia foi o país com os melhores resultados, atingindo pontuação 90,68. A nação europeia teve índices impressionantes em Saúde, Água e Saneamento, Biodiversidade e proteção dos habitat. Na sequência veio a Islândia, com expressivos 90,51, seguida pela Suécia, com 90,43.
5º lugar: Eslovênia (88,98) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
5º lugar: Eslovênia (88,98) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com) 
Veja quais foram os 10 países com melhores índices ambientais:
1.Finlândia (90,68)
2.Islândia (90,51)
3.Suécia (90,43)
4.Dinamarca (89,21)
5.Eslovênia (88,98)
6.Espanha (88,91)
7.Portugal (88,63)
8.Estônia (88,59)
9.Malta (88,48)
10.França (88.20)
Fonte: Ciclo Vivo

Parlamentares rejeitam destinação obrigatória de madeira plantada para construção civil

Para a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, o empresário deve seguir às regras de mercado

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados rejeitou proposta que obriga as empresas e os produtores de florestas plantadas com área superior a cinco mil hectares a destinar para os setores da construção civil, moveleira e naval no mínimo 5% da produção de madeira em toras.
Plantio de floresta comercial produtiva
Plantio de floresta comercial produtiva
O objetivo da matéria é fomentar a substituição da madeira em tora oriunda do extrativismo por aquela originária de florestas plantadas, contribuindo para a conservação das florestas nativas. A medida está prevista no Projeto de Lei 537/15, do deputado Marcos Reategui (PSC-AP), que recebeu parecer pela rejeição do relator no colegiado, deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG).
Para Cardoso Jr., constitui um equívoco estabelecer em lei a destinação da produção de uma atividade privada. “O empreendedor, que corre todos os riscos inerentes à sua atividade, tem o direito de conferir à produção o destino que melhor lhe aprouver financeiramente”, observou. “Todo empresário segue as sinalizações emitidas pelo mercado. Se deixar de agir assim, estará fadado ao insucesso”, observou.
Crescimento: citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o relator lembrou que o valor da produção da silvicultura pulou, entre 2000 e 2014, de R$ 2 bilhões para R$ 16,1 bilhões, com a área cultivada de 9,4 milhões de hectares, principalmente com eucalipto (75%). Ainda segundo os números do IBGE, 39% do valor da produção do setor referem-se à obtenção de madeira em tora para papel e celulose, 25% a madeira em tora para outras finalidades, 20% a carvão vegetal e 15% a lenha, sendo o 1% restante destinado a outros fins.
Na avaliação do relator, o combate ao extrativismo ilegal de madeira deve ser realizado por um controle e uma fiscalização mais fortes da atividade. “O efetivo controle da subtração ilegal de árvores de florestas nativas terá como consequência natural o aumento da demanda por produtos madeireiros oriundos de florestas plantadas.”
Tramitação: A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada ainda pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados

Lucro da Eldorado Brasil chega a R$ 280,6 milhões em 2015

Ebitda da empresa atingiu R$ 1,9 bilhão no ano e base florestal chegou aos 215 mil hectares

José Carlos Grubisich: presidente da Eldorado Brasil
José Carlos Grubisich: presidente da Eldorado Brasil
Eldorado Brasil encerrou 2015 consolidando sua posição de liderança no mercado global de celulose. A companhia teve lucro líquido de R$ 280,6 milhões, em comparação ao prejuízo de R$ 419 milhões no ano anterior. Além disso, a empresa alcançou um Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) de R$ 1,9 bilhão, com margem Ebitda de 58%.
“O ano de 2015 representa um marco na trajetória de sucesso da Eldorado, consolidando sua posição de “Empresa de Classe Mundial” e combinando nossos pilares de competitividade, inovação, sustentabilidade e valorização de pessoas”, afirma José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil.
Já no quarto trimestre, a Eldorado continuou melhorando seu desempenho em relação aos trimestres anteriores e atingiu margem Ebitda de 75%, a maior do setor nos últimos 25 anos, segundo dados da agência Bloomberg.
O bom desempenho operacional refletiu positivamente na geração de caixa, o que possibilitou a redução da alavancagem, saindo de 7,9x no último trimestre de 2014 para 3,7x (índice de Dívida Líquida /Ebitda) no encerramento de 2015.
“Todas as iniciativas de produtividade e competitividade permitiram um aumento significativo da geração de caixa da empresa, que resultou na redução expressiva da alavancagem”, explica Grubisich.
O forte crescimento da demanda internacional por celulose branqueada de fibra curta também beneficiou a companhia, que vendeu 1.562 mil toneladas em 2015.
A Ásia, notadamente a China, foi o principal destino de exportação da celulose da Eldorado com 43% do volume de venda total, seguida por Europa (32%), América do Norte (11%) e América Latina (14%). O segmento de papéis tissue (para conforto e higiene pessoal) e imprimir e escrever foram as principais aplicações para a celulose da companhia com, respectivamente, 43% e 28% das vendas.
“Nossa estratégia comercial é bem sucedida. A relação direta com a nossa clientela e o portfólio diversificado de clientes, aliados ao foco em parceiros com alto potencial de crescimento, principalmente no segmento de tissue, nos permitiu chegar a um faturamento bruto de R$ 3,8 bilhões”, diz Grubisich.
Para melhorar o escoamento da mercadoria, a Eldorado inaugurou em junho passado um Terminal Portuário próprio em Santos (SP). O terminal reforça o propósito da empresa em ser líder no mercado global de celulose e vai gerar uma economia anual de R$ 80 milhões em custos logísticos. Parte deste incremento de eficiência fora percebido nos resultados do segundo semestre de 2015.
Madeira, celulose e energia
A base florestal da Eldorado atingiu 215 mil hectares em 2015, com alto nível de mecanização das operações, chegando ao percentual de 85%, este patamar está 27% acima da média do setor.
Ainda no ano passado, a companhia passou a concentrar suas operações florestais no Mato Grosso do Sul, reduzindo a distância média de transporte de matéria até sua unidade produtiva em Três Lagoas (MS). O encerramento das operações florestais no Estado de São Paulo, em junho, também otimizou a estrutura de colheita e colaborou para a diminuição de custos de transporte e de emissões de gases.
“As decisões estratégicas da companhia se mostram acertadas ao analisarmos o bom desempenho alcançado”, aponta o presidente da companhia. A empresa atingiu uma produção de 1.597 mil de toneladas de celulose, 6,5% superior à capacidade projetada para a unidade industrial (1,5 milhão de toneladas de celulose por ano). O avanço na produção é resultado de melhorias no desempenho e na eficiência do processo industrial, que possibilita à unidade já operar em ritmo de 1,7 milhão de toneladas por ano. Autossuficiente em energia gerada a partir de biomassa para consumo próprio e de parceiros instalados no complexo industrial em Três Lagoas, a companhia forneceu 174 mil MW (megawatts) para o mercado livre, o suficiente para abastecer uma cidade com mais de 90 mil habitantes e gerar receita de R$ 59 milhões.
Projeto de expansão
Em 2015, o projeto de expansão da Eldorado saiu do papel, com o início das obras do Projeto Vanguarda 2.0, que terá capacidade para produzir mais de 2,3 milhões de toneladas de celulose e será o maior complexo industrial do setor no mundo. Em dezembro, foi concluída a terraplanagem – o nivelamento da área é necessário para permitir a imposição de fundações para as futuras instalações. Também já estão em andamento as obras de infraestrutura (70% realizada) com a instalação de tubulações para redes de drenagem, água, eletricidade e esgoto que chegam a 16,5 quilômetros.
Sobre a Eldorado Brasil
A Eldorado Brasil é uma empresa brasileira, controlada pelo Grupo J&F, produtora de celulose a partir de florestas plantadas e certificadas de eucalipto no Mato Grosso do Sul. Com características baseadas na Simplicidade, Humildade, Franqueza, Disciplina, Determinação, Disponibilidade e Atitude de Dono, possui unidade industrial altamente tecnológica em Três Lagoas (MS), o que garante resultados competitivos e sustentáveis na produção de até 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano.
Fonte: Painel Florestal

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Wood Trade Brazil debaterá cenários e potencial do setor de madeira

Promovido pela Abimci, Fiep e Malinovski Eventos será realizado durante a Semana Internacional da Madeira, em março

O economista Flávio Castelo Branco fará uma análise do setor
Foto: Agência Fiep
O economista Flávio Castelo Branco fará uma análise do setor
Foto: Agência Fiep
Industriais madeireiros, produtores florestais e profissionais ligados à cadeia produtiva da madeira terão a oportunidade de discutir as perspectivas e o potencial dos mercados para os diversos produtos florestais. O evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira (Abimci), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Malinovski Eventos, no dia 8 de março, em Curitiba (PR), irá reunir especialistas internacionais e brasileiros para a troca de informações e debate sobre cenários futuros. O economista da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Flávio Castelo Branco, fará uma análise dos impactos do atual panorama econômico brasileiro no setor madeireiro.
Já estão confirmadas também uma palestra sobre suprimentos de madeira e outra sobre o uso da madeira na construção civil. O evento será no Campus da Indústria da Fiep e as inscrições podem ser feitas pelo site www.woodtradebrazil.com.
Serviço:
Wood Trade Brazil
Dia 8 de março (terça-feira)
Local: Campus da Indústria – Fiep (Curitiba - PR)
Horário: das 9h às 18h
Inscrições: www.woodtradebrazil.com
Fonte: Painel Florestal

Ligna realizará conferência sobre manufatura integrada nas indústrias da madeira

O evento, que será realizado em Hannover nos dias 3 e 4 de maio deste ano, é uma preparação para a feira em 2017


Os organizadores vão promover conferências antes da próxima Ligna
Os organizadores vão promover conferências antes da próxima Ligna
A Academia Robotation de Hannover, na Alemanha, será o palco para a conferência intitulada “Manufatura integrada nas indústrias da madeira – as formas de tratamento do produto na indústria 4.0”. A conferência é um dos eventos de preparação visando à próxima edição da Ligna – marcada para 2017 - e abordará a crescente importância de novos processos de negócio, além de fazer uma varredura da revolução digital para o desenvolvimento, produção e distribuição, mostrando exemplos de como as empresas que abraçaram a iniciativa Indústria 4.0 na Alemanha se reestruturaram com êxito nos seus processos de produção.
"Uma abordagem integrada para a produção de marcenaria abre novas perspectivas animadoras para o setor. Vamos demonstrar que a Indústria 4.0 já se moveu além de um estágio visionário", diz Christian Pfeiffer, diretor da Ligna na Deutsche Messe, empresa que promove a feira. O conteúdo da conferência principal da Ligna será apresentado em palestras e painéis de discussão com referência aos seguintes temas: indústria do mobiliário, o comércio máquinas e madeira em grande escala, indústria automobilística, sistemas de informação, informática, tecnologia de automação, engenharia mecânica, entre outros.
As apresentações de melhores práticas empresariais serão realizadas, paralelamente, à conferência, enquanto especialistas nas diversas áreas vão mostrar suas experiências. A conferência deverá atrair muitos participantes de fora da Alemanha. O evento contará com intérpretes simultâneos que estarão à disposição para traduzir os processos do alemão para o inglês.
A taxa de participação conferência é de 249 €, mais o IVA. Isto cobre a admissão à conferência, bem como a participação na noite de confraternização. Os registros on-line começam a partir de fevereiro pelo site www.ligna.de/en/con.
Fonte: Anja Brokjans, da Deutsche Messe AG. Traduzido por Elias Luz.

A sustentabilidade das florestas e o preço da madeira!

Apesar da elevação dos custos de produção, ainda estamos na dianteira

Nelson Barboza Leite tem mais de 40 anos de experiência com silvicultura
Nelson Barboza Leite tem mais de 40 anos de experiência com silvicultura
A silvicultura brasileira é campeoníssima de produtividade. Ninguém discute. E no Brasil se faz a silvicultura mais competitiva do mundo. Também, ninguém contesta! Apesar da elevação dos custos de produção, ainda estamos na dianteira.
Quem ganha com essas vantagens? E a resposta também é indiscutível. Todos ganham, mas os maiores beneficiados são as grandes indústrias consumidoras e, principalmente, as exportadoras. Mas os desdobramentos merecem reflexão:
  • No discurso dos grandes empresários, o destaque é para a sustentabilidade da silvicultura. Isso implica no uso de tecnologia do mais alto nível e contínuos investimentos sociais e ambientais. Esses investimentos, quase sempre, não são colocados na conta, mas se deixar para segundo plano os cuidados sociais e ambientais, em pouco tempo, qualquer empreendimento estará condenado e metido num sistema falido ou com inúmeros B.Os(!!!). Ser sustentável tem custo!
  • Existe uma boataria enorme a respeito de sobra de madeira aqui e ali! Há, de fato, sobra em alguns lugares – Vale do Paraíba, inúmeras regiões de Minas, nos estados do sul sobra a madeira fina de desbastes, mas há falta de madeira em outros locais – regiões da Bahia, do Maranhão, do Tocantins. Em muito locais, a necessidade ainda é pequena, mas em outros, a falta de madeira é significativa. É difícil até de explicar as razões que levam grandes consumidores, de repente, a se verem com falta do insumo básico. Aliás, essas histórias se repetem...
  • O que não dá para entender é que o preço da madeira se mantém baixo em todos os lugares: onde falta e onde sobra.
  • A certificação florestal ajudou muito os produtores florestais e o desenvolvimento da silvicultura. Mostrou tudo que é preciso ser feito para se ter uma floresta sustentável. Mas faltou avisar aos consumidores que, sem preço justo pela madeira, a tal de sustentabilidade da silvicultura vai para o brejo. E todos vão perder. Não dá para mudar as leis de mercado, mas cortar florestas com idade inadequada atrapalha bem as vendas.
  • E aí vem a dúvida cruel: Será que alguém duvida que o elo frágil da cadeia é o produtor? E se romper? Onde fica a tal sustentabilidade dos “discursos”? Ou vale o famoso ditado popular - “vá se queixar para o bispo”?
  • É importante que todos que usam e usufruem da silvicultura sustentável, fiquem atentos para que os elos frágeis não se rompam! A sustentabilidade só é sustentável (!) se, de fato, atender aos interesses de todos!
Nelson Barboza Leite – nbleite@uol.com.br
É diretor da Teca e Daplan – empresas de serviços florestais
Fonte: Painel Florestal


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Qual a importância da irrigação na integração lavoura-pecuária-floresta?

A implantação da iLPF não necessariamente exige o uso da irrigação, até porque apresenta características de melhor aproveitamento das chuvas em função da expectativa de maior conservação do solo

Everardo Mantovani, professor da UFV e sócio da Irriger
Everardo Mantovani, professor da UFV e sócio da Irriger
“Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”. Esta frase atribuída a Albert Einstein nos estimula a questionar como forma de avançar nas áreas que nos interessam. A integração lavoura-pecuária- floresta (iLPF) é uma das mais importantes estratégias de agregação de valores na agropecuária brasileira, com benefícios econômicos, sociais e ambientais amplamente reconhecidos e divulgados, que podem ser resumidos na maior sustentabilidade do sistema de produção.
O tema iLPF está em grande destaque. Na última reunião da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), em São Paulo, teve amplo debate sobre o tema. Também foi tema exclusivo do Congresso Mundial sobre sistemas de iLPF, em Brasília, e em diversos outros eventos. A informação disponível sobre este sistema de produção é muito ampla na internet, como por exemplo, no portal da Embrapa.
Mas, mesmo neste amplo material disponível, falta uma análise da aplicabilidade e importância da irrigação no processo de iLPF. Este tópico, quando tratado, aparece de forma superficial e sem uma análise adequada, embora trabalhos de pesquisa apresentem aumento de produtividade significativo, como é o caso de pastagem irrigada, com 80 e 150% de aumento na taxa de ocupação (unidade animal/ha) e na produção de carne (kg/ha/ano), respectivamente, quando comparada a sistemas de produção de sequeiro, de igual tecnologia, no cerrado do Centro-Oeste.
É importante lembrar que a agricultura irrigada tem sido importante estratégia para otimização da produção mundial de alimentos, proporcionando desenvolvimento sustentável no campo, com geração de empregos e renda de forma estável, aumentando a produção, a produtividade e a rentabilidade da propriedade agrícola de forma sustentável, preservando o meio ambiente e criando condições para manutenção do homem no campo, gerando empregos permanentes e estáveis, em perfeita consonância com o sistema iLPF.
A implantação da iLPF não necessariamente exige o uso da irrigação, até porque apresenta características de melhor aproveitamento das chuvas em função da expectativa de maior conservação do solo, maior aprofundamento radicular, entre outras. Por outro lado, existem vantagens na utilização da irrigação na iLPF que merecem ser melhor avaliadas pelos que trabalham com o tema:
  • Possibilidade de seguir à risca o planejamento de plantio, colheita e rotação. Isso se torna mais importante em uma estratégia de integração que tem “janelas” de produção bem definidas;
  • Maior potencial produtivo em função da aplicação da água no momento certo, ou seja, seguro contra seca;
  • Maior produtividade e melhor qualidade do produto, garantindo os níveis de rentabilidade planejada ou de ocupação dos animais;
  • Maior eficiência no programa de fertilização pela possibilidade de aplicação de água no momento certo, facilitando e potencializando a absorção de nutrientes pelas culturas;
  • Possibilidade de introdução de culturas caras, minimizando o risco do investimento, como é caso de cultivares de milho de maior potencial produtivo, pastagem de maior valor produtivo e nutritivo como Mombaça, Tifton etc;
  • Necessidade de área menor para atingir a mesma produção e rentabilidade;
  • Diversos estudos mostram que a utilização da irrigação na iLPF promove benefícios relacionadas à melhoria dos aspectos como diminuição da erosão, da perda de matéria orgânica e nutrientes e da compactação;
Também é importante citar que existe uma ampla disponibilidade de sistemas de irrigação para atender à demanda da iLPF e as empresas que fabricam e comercializam irrigação por aspersão convencional, carretel, pivô central e localizada tem linhas de produto cada vez mais modernas, eficientes e acessíveis.
Qual a importância da irrigação na integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF)? Por que a irrigação não é citada na maioria das apresentações e discussões sobre o tema? São perguntas importantes a ser respondidas não só por quem trabalha na área de irrigação, mas também pelos usuários e especialistas envolvidos neste importante sistema de produção. Não tenho dúvidas que a análise do problema, melhor entendimento do uso da irrigação e divulgação dos resultados por parte dos especialistas, permitirão um menor risco e maior ganho de rentabilidade ao sistema iLPF. É só optar por um bom projeto de irrigação que atenda a demanda parcial ou total do sistema de produção.
Sobre a Irriger - A Irriger nasceu há dez anos, dentro da Universidade Federal de Viçosa, como uma linha de pesquisa da instituição. Diante da importância que a irrigação agrícola conquistou dentro do cenário mundial, o projeto acabou se transformando e ganhando novas proporções. Desde 2010, a empresa trabalha para equilibrar a necessidade de aumento da área irrigada no país, para produção de alimento em maior quantidade e com maior rentabilidade, ao mesmo tempo em que se faz necessário o uso eficiente e racional dos recursos naturais.
Diante dessa demanda, surge a fusão com a Valmont, multinacional americana do ramo de irrigação por pivôs centrais. O novo aporte permitiu estruturação administrativa e crescimento com manutenção da qualidade de serviços. Desde então, a área de atuação da Irriger cresce em média 28 mil hectares por ano, dobrando seu faturamento anualmente. Ao todo são 250 mil hectares gerenciados que produzem safras correspondentes a 400 mil ha/ano. Além do Brasil, o sistema Irriger gerencia lavouras de diversas culturas na Índia, Rússia, Sudão e México.
Fonte: Everardo Mantovani - Professor Titular DEA-UFV e Sócio e Consultor da Irriger

Fibria inova com tecnologia na detecção de incêndios florestais

Circuito de câmeras fará monitoramento das áreas da empresa, diminuindo o tempo de chegada das equipes para o atendimento das ocorrências

Nas áreas florestais da Fibria há 15 torres de monitoramento
Nas áreas florestais da Fibria há 15 torres de monitoramento
Com uma base florestal de 345 mil hectares no Mato Grosso do Sul, dos quais aproximadamente 100 mil hectares são de áreas destinadas à conservação, a Fibria usa a tecnologia como aliada no monitoramento de suas florestas. A partir de um modelo inovador no Mato Grosso do Sul, a empresa trabalha para instalar, até março deste ano, um total de 15 torres de monitoramento, sendo 13 com câmeras capazes de identificar qualquer mudança na paisagem (aparecimento de fumaça ou de veículos, por exemplo), e duas torres de apoio para transmissão de dados.
“Após estudo, vamos instalar câmeras em diversos pontos das florestas, o que resultará num monitoramento que cobrirá, inicialmente, 70% da nossa área, com meta de chegar a 100%. As imagens captadas possibilitarão uma visão de 360º, auxiliando na identificação de focos de incêndio e na vigilância patrimonial”, afirma o Coordenador de Silvicultura da Fibria, Miguel Tadeu Gonçalves Cadini.
Os dados serão transmitidos em tempo real para uma sala de controle. Ao receber o alerta, o monitor vai acionar a Brigada de Incêndio e as equipes de apoio localizadas estrategicamente nas fazendas da Fibria. “A nova tecnologia permite detectar mais rapidamente o foco de incêndio e, consequentemente, diminui o tempo de chegada no local da ocorrência, minimizando possíveis danos à floresta”, diz Cadini.
A Fibria no Mato Grosso do Sul atua em seis municípios (Água Clara, Brasilândia, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas) e destaca-se no desenvolvimento de práticas de manejo florestal responsável.
Fonte: Painel Florestal

Portugal trava expansão de novas áreas de eucalipto

O país vai precisar importar mas a meta é aumentar a produtividade por hectare

Com uma indústria de celulose que consome 8,5 milhões de metros cúbicos de madeira de eucalipto por ano, Portugal - atualmente - já precisa importar aproximadamente 2 milhões.
Esse volume deverá aumentar no curto prazo. O governo português acaba de anunciar que limitará a expansão da área plantada. A decisão é resultado de uma negociação com o partido Os Verdes que compõe a base aliada do governo.
A nova legislação, que normatiza a decisão, deverá estar pronta em duas semanas. O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, informou que já se reuniu com representantes da Portucel e da Altri, fabricantes portuguesas de celulose, e que - a princípio, as empresas teriam compreendido as razões das restrições.
O responsável pelo setor florestal no governo propõe o aumento da produtividade por hectare ao invés do aumento da área cultivada que, atualmente, é de aproximadamente 800 mil hectares.
O outro lado
Até o momento, Portucel e Altri não comentaram a decisão. Fontes da CELPA, associação da indústria papeleira de Portugual, ressaltaram que o objetivo não mais terra mas sim, mais madeira.
Acontece, no entanto, que aumentar a produtividade por hectare pode levar até 20 anos. Hoje, a produtividade média é de 8 metros cúbicos por hectare/ano. A meta é passar para, pelo menos, 10 metros cúbicos.
Impasse
Porta voz do governo português, para o ministro da Agricultura ninguém estaria verdadeiramente interessado em expandir a área de eucalipto. No entanto, nenhuma das grandes empresas se pronunciou publicamente concordando com essa opinião.
A CELPA ressalta que, entre 1995 e 2010, a área de terras degradadas aumentou em mais de 300 mil hectares. Além disso, aproximadamente 40% das florestas plantadas de eucalipto é de baixíssima produtividade e precisa, urgentemente, de intervenção.
O problema é que para se obter uma licença de reflorestamento, por exemplo, a demora pode ultrapassar seis meses.
Apesar de limitar a expansão da área de eucalipto, o ministro da Agricultura disse que fará tudo para recuperar os 150 mil hectares de área plantada perdidos nos últimos 15 anos, sobretudo devido aos incêndios.
Fonte: Painel Florestal

Mercado de celulose dispara com alta do dólar mas não muda preço da madeira

O preço praticado, na maioria das vezes, é o mesmo de 6 a 7 anos atrás

Fibria, Klabin e Suzano, as gigantes da celulose no Brasil estão absolutas também no mercado de ações. Os ganhos acumulados dessas empresas em 2015 foram 62%, 64% e 59%, respectivamente.
Fazenda com sistema silvipastoril em Mato Grosso do Sul próxima a fábrica de celulose: preços estagnados.
Fazenda com sistema silvipastoril em Mato Grosso do Sul
próxima a fábrica de celulose: preços estagnados
Na contramão, a Ibovespa registrou perdas de 9%. O principal motivo do desempenho? A alta do dólar. As exportações nunca renderam tanto para a indústria de base florestal voltado ao mercado externo.
Se não bastasse os resultados na bolsa, as empresas também tiveram um aumento expressivo em seus valores de mercado. Juntas, as companhias ganharam 28 bilhões de reais, de acordo com levantamento divulgado pelo portal Exame.com.
A Klabin, somando ao seu desempenho na bolsa, o projeto PUMA, de Ortigueira (PR), lidera o ganho. Passou de 13,91 bilhões em janeiro para 25,38 bilhões em dezembro. Um aumento de 11,46 bilhões.
O valor de mercado da Suzano teve um aumento de 7 bilhões de reais e a Fibria, 9,52 bilhões.
Investimentos
Com a alta na bolsa, as empresas seguem investindo. A Suzano anunciou, recentemente, investimentos no aumento de capacidade de produção de papel e celulose nas unidades de Imperatriz (MA) e Mucuri (BA). A Klabin deve inaugurar ainda este ano a sua nova fábrica, e é o maior investimento da história da Klabin, num total de 5,8 bilhões de reais.
A Fibria, por sua vez, segue a todo vapor com o projeto Horizonte 2, em Três Lagoas (MS), onde estão sendo investidos 8,7 bilhões de reais, considerado um dos maiores investimentos privados do país, com foco em exportação.
Madeira em baixa
Se o ganho das fábricas de celulose disparou com a alta do dólar o mesmo não aconteceu com a madeira, principal insumo dessas fábricas.
O preço da madeira não teve reajuste em nenhuma das regiões onde estão localizadas essas fábricas. Outros insumos, como a muda de eucalipto, também não acompanharam os ganhos de seus maiores clientes.
O preço praticado, na maioria das vezes, é o mesmo de 6 a 7 anos atrás. Há casos, bastante isolados, de mudanças e melhorias no mercado. O cenário geral, no entanto, é de completa estagnação.
Márcio Funchal, da Consufor: não há choque de preços em nenhuma região do Brasil.Márcio Funchal, da Consufor: não há choque de preços em nenhuma região do Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, um dos estados com melhor preço, a remuneração do produtor não muda há 5 anos. Alguns proprietários de terra estão voltando para a pecuária por causa disso. "Estou retirando os tocos das minha fazenda. Não dá para continuar plantando eucalipto e esperar seis anos para ter ganhos irrisórios", ressaltou um produtor da região.
Quem está mais próximo da indústria consegue preços melhores: aproximadamente R$ 53 o metro cúbico da madeira em pé. Para quem está mais distante a expectativa é com a chegada de novos consumidores. Em outros estados também não há notícia de reajuste de preços de madeira para celulose.
"Não há choque de preços em nenhuma região do Brasil. Pelo excesso de oferta, há pressão de queda de preços de madeira fina", explicou Márcio Funchal, diretor da Consufor.
Mercado externo
No sul do país a madeira voltada à exportação também está vivendo bons momentos, assim como a celulose. De toras à madeira processada, o volume retomou níveis experimentados em 2007.

Pelo excesso de oferta, há pressão de queda de preços de madeira fina

— Márcio Funchal

Segundo Marco Tuoto, CEO da Tree Trading, em 2015, as exportações de madeira serrada de pinus atingiram 1,3 milhões de m³, volume 31% maior que o verificado no ano anterior. Já no caso do compensado de pinus, o volume exportado quase superou de 1,5 milhões de m3, ou seja, 14% a mais que em 2014.
Mas nem tudo são flores. Na prática, 2015 teve altos e baixos entre os diferentes segmentos de produtos de madeira processada mecanicamente, já que uma série de outros fatores afetaram a competitividade dos fabricantes: aumento de custos internos, excesso de produção mundial, queda do preço em dólar, redução do PIB chinês e diminuição do consumo por alguns produtos.
Mesmo assim, foi um ano “razoável” segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), José Carlos Januário.
De acordo com Márcio Funchal os volumes tem aumento mas os preços em dólar estão caindo. "O importador sabe que estamos com o câmbio desfavorável e também briga por desconto", concluiu.
Fonte: Painel Florestal