ESEC de Uruçuí-Una


ESEC de Uruçuí-Una


ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE URUÇUÍ-UNA

Vegetação da ESEC
É possível que a grande maioria dos brasileiros e até mesmos dos próprios piauienses nunca tenham ouvido falar de Uruçuí-Una, uma estação ecológica (ESEC) situada no sudoeste do Piauí que possui umas das mais belas amostras do bioma cerrado ainda preservadas no Brasil. Seus 135.000 hectares de chapadas de arenito, vales, paredões e cânions escodem belezas sem iguais, pois devido sua localização privilegiada, a área oferece condições excepcionais para o surgimento de uma rica biodiversidade, uma vez que a ESEC está situada num grande corredor de formações abertas, começando na Caatinga nordestina e em direção ao Planalto Central, o que caracteriza uma vegetação típica de um ecótono (Cerrado/Caatinga). Além disso, os vales e escarpas da região são berços de nascentes de córregos e rios, donde alguns se destacam como importantes formadores de grandes Bacias hidrográficas como as do rio Gurguéia e Parnaíba. 

 A ESEC de Uruçuí-Una foi criada em 02 de junho de 1981 pelo decreto nº 86.061/81, com o objetivo de proteger e preservar amostras do ecossistema cerrado, bem como propiciar o desenvolvimento de pesquisas científicas. Mais especificamente, a ESEC esta situada na sub-região dos altos platôs piauienses, cuja cobertura vegetal é composta predominantemente por cerrado sensu stritu e campo cerrado. Está situada nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Santa Filomena.  
Antes mesmo de ser criada em 1981, numa área doada do Estado para a União, já existia um numero muito expressivo de comunidades tradicionais residindo na região, o que, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), se torna incompatível, já que a ESEC é uma Unidade de Proteção Integral (UPI), categoria esta que não permite a presença de moradores em seu interior. No ato de sua criação, a presença de famílias no interior da área delimitada para a estação foi “de certa forma” ignorada, e, os resultados dessa falta de planejamento permeiam até os dias atuais, são mais de 30 anos de conflitos entre as comunidades do interior da ESEC e os órgãos responsáveis pela gestão da mesma. Além disso, áreas planas do sul e do norte adjacentes a ESEC despontam como fronteiras agrícolas, com crescente produção de soja, fato este que tem consolidado as tendências de ocupação crescente do espaço natural com a abertura de frentes para exploração em larga escala dos recursos naturais. Por está localizada dentro da ultima fronteira agrícola em expansão, a busca pela proteção da ESEC de Uruçuí-Una se torna um desafio crescente, necessitando, continuamente, de ações e estratégias compatíveis com a realidade local e, principalmente, com os atores envolvidos nessa problemática.
Mãe e filha de uma comunidade de Uruçuí-Una (Foto: Lina Guimarães)
 Atualmente, existem cerca de 101 famílias distribuídas em 20 comunidades pelo interior da estação, estas sobrevivem, basicamente, pelo extrativismo, agricultura familiar e aproveitamento dos materiais in natura. As grandes questões sobres essas comunidades, não só em Uruçuí-Una como também em todo o Brasil, são promovidas através de discussões sobres perspectivas socioambientalistas e preservacionistas, onde na primeira, se discute a premissa que essas comunidades podem, de certa forma, servirem como aliadas na conservação do ambiente onde vivem; e, na segunda, que a proteção só seria realmente possível caso não existisse a presença de pessoas no ambiente, ou seja, a área deveria ser totalmente restrita ao uso humano.




Buritizais












Rio Uruçuí Preto marca o limite da ESEC 


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