sábado, 6 de agosto de 2016

Colhedora de biomassa florestal da New Holland recebe prêmio Rei 2016

Avaliada por um grupo de estudos da FCA/Unesp, em Botucatu (SP), a marca foi reconhecida pela eficiência de sua forrageira, que garante alto rendimento na colheita de plantios de curta rotação de eucalipto

Colhedora de biomassa da New Holland na FCA da Unesp em Botucatu
Colhedora de biomassa da New Holland na FCA da Unesp em Botucatu
A forrageira modelo FR600 recebeu o Prêmio REI 2016 na categoria Engenharia, Inovação e Tecnologia organizado pela revista Automotive Business. A plataforma florestal 130FB está acoplada na colhedora de forragens e revoluciona o mercado sendo a única capaz de cortar, recolher, picar e distribuir os cavacos sobre o transbordo.
O grupo de pesquisa LABB (Laboratório Agroflorestal de Biomassa e Bioenergia) da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, em Botucatu, interior de São Paulo, avaliou com ineditismo a primeira colheita mecanizada de biomassa florestal no Brasil.
O projeto cooperativo teve duração de três anos e foi coordenado pelo professor doutor Saulo Guerra, auxiliado por seus orientados Guilherme Oguri e Luiz Balestrin. O diretor de marketing da New Holland, Carlos d’Arce, juntamente com gerente de inovação da CNH, Carlos Visconti, e o engenheiro André Seki, também participaram ativamente do projeto. Além da Unesp e da CNH, o projeto contou com a parceria de três empresas florestais: Duratex, Fibria e Carvovale.
Para o diretor de marketing, Carlos d’Arce, que participou da premiação em São Paulo (SP), ter um case entre os melhores do ano evidencia a atuação da New Holland no setor. "Temos o compromisso com o produtor rural em entregar máquinas e equipamentos que garantam alto rendimento e produtividade no segmento de biomassa, assim como de outras culturas. Prêmios como este reforçam esse comprometimento com o produtor", comenta.
Fonte: Agriworld Revista

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Silvicultores de Santa Catarina intensificam o combate à vespa da madeira

Para evitar a proliferação da praga, a ACR está intensificando ações de combate

Este período do ano é estratégico para os reflorestadores de pinus. É quando se intensifica o combate à Vespa da Madeira, como é chamada a Sirex noctilio. Trata-se de uma praga exótica, que chegou ao Brasil acidentalmente durante a década de 1980. A Vespa da Madeira deposita ovos nos troncos das árvores, comprometendo o desenvolvimento delas.
A fase agora é de inoculação dos nematóides
Foto: Francisco Santana/Embrapa Florestas
A fase agora é de inoculação dos nematóides
Foto: Francisco Santana/Embrapa Florestas
Em Santa Catarina, mais de 540 mil hectares abrigam plantações deste tipo de árvore. O estado é o segundo maior produtor de pinus do Brasil, atrás apenas do Paraná. Para evitar a proliferação da praga a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) está intensificando ações de combate. Fazem parte da estratégia: reuniões técnicas, campanhas informativas e alertas em rádios dos principais municípios produtores de pinus no estado.

"A participação do produtor florestal, no entanto, é fundamental para o sucesso da estratégia", lembra o presidente da associação, Ali Abdul Ayoub. A Vespa da Madeira ataca principalmente plantios de pinus sem manejo, causando o apodrecimento da árvore. Copa amarelada e respingos de resina no tronco são indícios de infestação. "Identificadas essas características, os órgãos estaduais como Cidasc e Epagri, devem ser comunicados", explica o presidente da ACR.
A vespa da madeira
A vespa da madeira "em ação"
Foto: Francisco Santana/Embrapa Florestas
No fim de abril, aconteceu reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Florestal (Cadif), na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), que contou com a participação do diretor executivo da ACR, Mauro Murara Jr. A reunião tratou do termo de cooperação técnica, assinado em 2015, que define o repasse de subvenção financeira para o combate e monitoramento da Vespa da Madeira. Através da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca irá disponibilizar R$ 70 mil, de origem do Fundo Nacional de Controle da Vespa da Madeira (Funcema). Parte do valor (R$ 20 mil) será utilizada pela Cidasc para produção de material de campanhas preventivas e explicativas. Com a outra parte (R$ 50 mil) a ACR fará a aquisição de nematóides, utilizados no combate direto à praga. Os nematóides são aplicados em troncos de árvores infectadas. Eles penetram nas larvas da vespa, que irão gerar descendentes inférteis.
"Atualmente estamos na fase de inoculação dos nematóides. A partir de setembro começam as instalações de árvores armadilhas", explica Murara Jr. "Profissionais que atuam no corte, desbaste, transporte e nas serrarias, devem ser instruídos para detectar e relatar sinais de infestação", explica ele. Os principais indícios são: presença de insetos adultos, galerias larvais e pequenos orifícios no tronco das árvores de pinus. "Quanto mais cedo o problema for identificado, maior o tempo para combatê-lo e maior será o nosso êxito", conclui ele.
Fonte: Painel Florestal - ACR

Equipamento deve revolucionar a técnica de mensuração florestal

Embrapa, SFB e muitas universidades já o compraram e agora é a vez das empresas o quererem

O dendrômetro ótico vai agilizar a vida de quem trabalha com florestas
O dendrômetro ótico vai agilizar a vida
de quem trabalha com florestas
A inovação da técnica de mensuração de volume dará um salto evolutivo no setor florestal com a utilização de um novo equipamento: o dendrômetro ótico digital. De acordo com o engenheiro de equipamentos Rafael Oliveira Nascimento, da Laser Tech do Brasil, com o novo equipamento será possível obter medidas de altura das árvores, diâmetro dos galhos e do tronco – tudo isso em qualquer altura.
Segundo Nascimento, o objetivo é trazer a exatidão na mensuração florestal, com resultados em tempo real. O dendrômetro ótico digital também faz cálculos relacionados ao princípio do fator de área basal (BAF). O novo equipamento deve mudar o ritmo de muitas atividades no setor florestal, principalmente porque a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a Universidade Federal de Lavras (Ufla) já o adquiriram, além de outras universidades do país.
Localizada em Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo – próximo a grandes plantios florestais-, a Laser Tech do Brasil vem recebendo muitas visitas de empresas interessadas no equipamento. "Estamos diante de uma oportunidade de mudar a técnica de mensuração da madeira. Hoje, utiliza-se a referência para diâmetro na altura do peito (DAP) e altura da árvore. Agora, podemos retirar diâmetros em quaisquer alturas", explicou Rafael Nascimento.
Fonte: Painel Florestal - Elias Luz

sábado, 30 de julho de 2016

John Deere lança documentário sobre vida no campo e ILPF

Obra mostra história de famílias que tiveram suas vidas transformadas por meio da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Área de ILPF
Em comemoração ao Dia do Agricultor, na última quinta-feira, 28, a John Deere, em parceria com a Embrapa e com o Ministério da Cultura, lançou o documentário Vida no Campo. O trabalho retrata histórias de transformação de cinco famílias, de diferentes regiões do Brasil, que tiram seu sustento por meio da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema sustentável que permite ter lavoura, pecuária e plantio de floresta em uma mesma parcela de terra.
Selvino Ortiz, de Pirapó (RS), na região das Missões, é um dos personagens do documentário. Ortiz e sua família sofriam com o clima da região Missões Rio Grandenses, onde a cada três anos, cinco são de estiagem. Porém, o ILPF trouxe uma nova realidade, que amenizou os efeitos climáticos. "A renda triplicou e o custo não aumentou. Depois de absorver e botar em prática esses conhecimentos, nós conseguimos renovar nossas tecnologias", afirma Marcos Ortiz, filho de Selvino. Mas a integração trouxe um benefício maior, permitiu que a família conseguisse permanecer junta, com condições financeiras para todos trabalharem na propriedade.
O ILPF também apresenta benefícios para a natureza, pois reduz as emissões de gases do efeito estufa e melhora a qualidade da terra. Além disso, o sistema barateia os custos de produção e propicia mais eficiência no uso da mão de obra e de energia. A necessidade de alimentar uma população mundial crescente, que em breve chegará a mais de nove bilhões de pessoas, coloca a integração de sistemas como uma das principais alternativas para aumento de produção e a redução de custos e riscos, algo que vem atraindo a atenção dos agropecuaristas em todo o território nacional.
As máquinas da John Deere estão no mercado há quase 200 anos
"Este é o futuro da agricultura, com produção e a preservação caminhando juntas e de maneira sustentável", explica Zuleica Modena, presidente da Fundação John Deere. Ela lembrou ainda que o documentário Vida no Campo busca mostrar a vida de famílias agricultoras que investiram na integração de sistemas e tiveram resultados positivos.
"O documentário mostra bem como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta pode ser adaptada para qualquer latitude e longitude do País, sendo que a adoção foi fundamental na trajetória de vida das cinco famílias apresentadas no vídeo. É algo revolucionário tanto na produção e preservação ambiental quanto na questão social e humana", completa Zuleica.
Vida no Campo é o quarto documentário fomentado pela John Deere. A companhia também desenvolveu, em parceria com a Embrapa, diversos vídeos sobre sustentabilidade. Entre eles: Terra e Sustentabilidade (youtu.be/kpMyc22IKWg), sobre sistemas agrícolas eficientes; Energia Verde e Amarela (youtu.be/_eINnk9HTSg), que trata dos diferentes processos de geração de energia sustentável; e Caminhos das Águas (youtu.be/bMeM9TByxxo), voltado para a valorização da matriz hídrica nacional.
Assista: Vida no Campo (youtu.be/iP3-p2an6ps)
Fonte: Painel Florestal - Assessoria

Cedro australiano: a madeira nobre da hora e da vez em palestras e dia de campo detalhados

O município de Campo Belo, em Minas Gerais, vai reunir produtores rurais de todo o País

A porteira da fazenda da Bela Vista Florestal, localizada no município de Campo Belo, em Minas Gerais, está aberta. O motivo: nos dias 29 e 30 deste mês, sexta-feira e sábado, será realizado o Dia de Campo do Cedro Australiano – o primeiro evento exclusivo sobre a espécie no Brasil.
Um dos plantios de cedro australiano da Bela Vista Florestal
Um dos plantios de cedro australiano da Bela Vista Florestal
De acordo com o diretor comercial da Bela Vista Florestal, Ricardo Vilela, a iniciativa de promover o 1° Dia de Campo do Cedro Australiano surgiu a partir de inúmeras solicitações de visitas à Fazenda Bela Vista. O interesse pela espécie, cada vez mais crescente, despertou a atenção de milhares de produtores e investidores de todo o Brasil. "Recentemente, o programa Globo Rural exibiu uma extensa reportagem sobre o projeto Bela Vista com o cedro australiano, ampliando ainda mais a sua visibilidade", disse Vilela.
O evento será uma oportunidade para produtores rurais, florestais e potenciais investidores conhecerem, de perto, as pesquisas desenvolvidas em 15 anos de dedicação à espécie. "Do processo de melhoramento genético à produção de mudas clonais. Do plantio à colheita, passando pelo desbaste. O processamento da madeira na serraria Bela Vista até o contato com consumidores de cedro australiano", explica Vilela.
Inscrições pelo site www.cedroaustraliano.com.br

Fonte: Painel Florestal - Elias Luz

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Fibria terá primeiro viveiro automatizado de mudas de eucalipto do mundo na unidade de Três Lagoas (MS)

Robôs e imagens 3D serão ferramentas utilizadas no mais moderno viveiro da indústria florestal

Fibria - Visita de Familiares (2)A Fibria, empresa brasileira de base florestal e líder mundial na produção de celulose de eucalipto, vai implantar um novo viveiro em sua unidade de Três Lagoas (MS), que contará com aplicação de tecnologias holandesas de última geração para a automação de todo o processo de produção de mudas de eucalipto, iniciativa inédita no setor.
A Fibria será a primeira empresa da área de celulose a utilizar robôs para plantar mudas de eucalipto. Essa é a primeira etapa do processo que, no modo convencional, é realizada manualmente. A automação vai evitar perdas e preservar a integridade das mudas. O novo viveiro também segue conceitos de sustentabilidade, redução de resíduos e de impacto ambiental, com a substituição dos antigos tubetes de plástico das bandejas de produção de mudas por materiais mais modernos, feitos de papel biodegradável. As novas instalações irão ocupar, aproximadamente, 48 mil m² de estufas, com automação nos processos de transporte, manuseio, seleção, irrigação, nutrição e controle meteorológico.
Já na segunda etapa, na qual é realizada a seleção das mudas para acomodá-las em espaço adequado ao seu crescimento, o novo sistema de máquinas do viveiro, com visão 3D, vai monitorar a evolução das mudas e gerar eficiência no cultivo das plantas.  Dessa forma, o novo equipamento fornecerá estatísticas de material genético e do desenvolvimento de cada planta que garantirão à Fibria maior controle de qualidade das mudas que serão plantadas no campo.
“Teremos um viveiro de vanguarda, com altíssimo nível de precisão, de sistemas e de controles ambientais, que garantirão uma melhor performance para o padrão de mudas da Fibria. Melhores mudas são a base para termos melhores florestas”, afirma Aires Galhardo, diretor executivo Florestal da Fibria.
Além da otimização das atividades dentro do viveiro, o uso da nova tecnologia apresentará melhorias também para os operadores. “O novo método trará benefícios ergonômicos para os trabalhadores. Outra novidade é o controle de irrigação e clima, que será realizado por meio de painéis automatizados. É a tecnologia trazendo benefício para o processo e qualidade de vida para o empregado”, diz Tomás Balistiero, gerente geral Florestal da Fibria no Mato Grosso do Sul.
A expectativa é que a implantação do novo viveiro seja iniciada em março de 2016 e que a operação ocorra em março de 2017, com uma capacidade de produção de 43 milhões de mudas de eucalipto por ano. As mudas serão destinadas ao plantio e formação das florestas que abastecerão a unidade da Fibria em Três Lagoas e o Projeto Horizonte 2, segunda linha de produção de celulose da empresa no município, que entrará em operação no último trimestre de 2017.
Parcerias
A implantação do novo viveiro da Fibria acontece por meio do consórcio Hortikey Holandês, que desenvolve projetos de automação em grande escala para empresas do mercado internacional. O consórcio é formado pelas principais empresas do setor como Agri-tech Aris, Berg Hortimotive, Bosman Van Zaal e Sistemas de Flier, além da brasileira Methodo Ferramentaria, que fornece suporte para normas locais, regras e regulamentos das leis brasileiras; e da Açopema, que fornecerá as estufas.
As obras do Projeto Horizonte 2 começaram em 2015 e seguem dentro do cronograma. Com investimento de R$ 8,7 bilhões (equivalente a cerca de US$ 2,2 bilhões), o projeto de expansão da Fibria vai gerar ao longo das obras 40 mil empregos e, ao final do projeto, 3 mil postos de trabalho diretos e indiretos. A Unidade de Três Lagoas terá sua capacidade de produção aumentada em 1,75 milhão de toneladas de celulose/ano. Com a ampliação, a unidade da Fibria em Três Lagoas somará capacidade de 3,05 milhões de toneladas de celulose/ano, passando a ser uma das maiores fábricas de produção de celulose no mundo.
Fonte: CeluloseOnline

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Hidrelétricas no Tapajós concentram desmatamento amazônico de 5 anos

De acordo com pesquisadora do IPAM, retirada de cobertura florestal seria de 22 mil km2 a 32 mil km2 em 2030. Caso as áreas protegidas não existissem, o desmatamento chegaria a 46 mil km2

A pesquisadora do Ipam Ane Alencar participou, na sexta-feira (29), em Santarém (PA), de uma audiência pública sobre a construção da hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no rio de mesmo nome, cujo licenciamento é previsto para 2016. Ela apresentou resultados de uma projeção de desmatamento na região decorrente da construção das hidrelétricas na bacia do Tapajós previstas no Plano Decenal de Energia 2014.
Foto: Marcelo Salazar/ISA
Rio Tapajós. Foto: Marcelo Salazar/ISA
Segundo o estudo, a retirada de cobertura florestal seria de 22 mil a 32 mil quilômetros quadrados em 2030, devido ao crescimento populacional repentino associado à obra, à abertura de novas estradas e à especulação imobiliária. Caso as áreas protegidas não existissem na região, o desmatamento seria ainda maior, chegando a 46 mil km2.
A pesquisa também oferece um retrato da região: a bacia do Tapajós tem hoje 59% de seus 105 mil km2 com florestas. Unidades de conservação e terras indígenas contemplam 48% da área da bacia, propriedades particulares, 26%, assentamentos, 6% e 20% são terras do governo ou sem destinação.
“Entre o melhor e o pior cenários, nos próximos 15 anos, temos desmatamento equivalente ao registrado em toda a Amazônia ao longo de cinco anos apenas nesta região”, afirma Alencar. Atualmente, o desmatamento anual na Amazônia gira em torno de 5 mil km2. “Grande parte da área de influência tem áreas protegidas, mas mesmo assim a projeção é de grande retirada de cobertura florestal.”
O estudo indica que, para evitar o pior cenário para a floresta, é preciso destinar as terras públicas devolutas, finalizar o Cadastro Ambiental Rural das propriedades e assentamentos, consolidar as áreas protegidas para que sirvam de barreira ao desmatamento e construir um processo de planejamento que envolva todos os atores impactados – representados na audiência.
Há também uma avaliação que, segundo especialistas em energia ouvidos na reunião, não ecoa no governo: a real necessidade do empreendimento.
Os planos de desenvolvimento hidrelétrico no rio Tapajós e três afluentes, Teles Pires, Juruena e Jamaxim, incluem 43 barragens com potência superior a 30 MW, das quais dez são consideradas prioritárias para o governo federal. Além da produção de energia, elas compõem um mosaico com hidrovias formuladas para escoar a produção agrícola.
De acordo com o professor Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, “o Brasil não precisa de usinas no Tapajós”. Bermann defende que, antes de novos investimentos em hidroeletricidade na Amazônia, investimentos em manutenção da rede elétrica brasileira e investimentos em ouras fontes renováveis, como sol e vento, devem ser exploradas.
Impactados
A audiência de Santarém reuniu mais de 500 pessoas, porém nenhum representante do governo ou das empresas interessadas apareceram. “De nove empresas interessadas na construção de São Luiz do Tapajós, oito são empreiteiras investigadas na operação Lava Jato”, disse o procurador Camões Boaventura.
Em compensação, povos indígenas afetados pelos projetos, como os mundurukus e arapiuns, estiveram na reunião. Eles denunciam que desde setembro de 2014 nenhuma reunião sobre o assunto foi feita entre os indígenas e o governo
O projeto já enfrenta pelo menos quatro menos processos judiciais. Um deles, por não ter respeitado o direito de consulta prévia, previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), já tem decisão do Superior Tribunal de Justiça que obriga o governo a fazer a consulta. (Ipam/ #Envolverde)
Fonte: Ipam.

É possível zerar o desmatamento na Amazônia brasileira? artigo de Paulo Moutinho

desmatamento embargado no Pará

Sim – se assegurarmos que o crescimento econômico, a justiça social e a agricultura são parte do quadro.
De 2005 a 2014, a taxa de desmatamento da floresta amazônica foi de 19.014 quilômetros quadrados para 5.012 km2: uma redução de cerca de 70%. É impressionante, mas a taxa ainda permanece alta. Além disso, quando os efeitos do desmatamento são combinados às mudanças no clima, a tendência em curto prazo é de degradação severa da Amazônia. É urgente que o desmatamento ainda corrente na região cesse completamente, a fim de interrompermos esse processo de empobrecimento biológico.
O desmatamento zero é vital para a manutenção dos serviços ambientais que a Amazônia gera: fornecimento de água, regulação climática, estoque de carbono, polinização, biodiversidade, controle natural de pestes, beleza cênica, turismo e muito mais. A floresta tem uma importante função em manter a chuva além das fronteiras da região amazônica: o vapor do Oceano Atlântico que chega ali é reciclado na floresta e é responsável pela chuva fora da bacia amazônica. E as florestas ainda atuam como um imenso ar condicionado para a região, cumprindo um importante papel na manutenção das temperaturas na área.
O governo brasileiro recentemente submeteu às negociações climáticas que culminaram na COP 21 sua intenção de reduzir 37% da emissão nacional de gases estufa até 2025, e 43% até 2030. As principais ações propostas são zerar o desmatamento ilegal até 2030, restaurar 12 milhões de hectares de floresta e recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas.
Ainda que essas ações sejam necessárias, o prazo proposto não é adequado. Secas severas nos últimos dez anos já causaram muitas alterações na Amazônia, como mortalidade de árvores, mudanças no padrão de chuvas e erosão do solo. Simplesmente não podemos esperar até 2030 para parar o desmatamento, legal ou ilegal.
O que seria necessário para zerar o desmatamento antes de 2025? O governo brasileiro deve lidar com as ameaças históricas que impulsionam a derrubada na região. O Programa de Aceleração do Crescimento, um plano para expansão da infraestrutura, e a crescente demanda nacional e internacional por carne e grãos continuam a ser ameaças importantes aos avanços conquistados pelo Brasil contra o desmatamento na Amazônia.
Para superar essas ameaçadas, o país deve primeiro impor protocolos ambientais robustos a qualquer investimento em infraestrutura. Segundo, mecanismos que promovam a participação da sociedade civil em decisões a respeito desses projetos devem ser melhorados – inclusive respeitando a história e a preservação da cultura de mais de 450 mil indígenas na Amazônia. Terceiro, os 80 milhões de hectares de terras devolutas na Amazônia devem ser definidas como áreas de conservação.
Contudo, nenhum desses protocolos foi ainda adotado pelo governo brasileiro, e a participação na mitigação de impactos de projetos de infraestrutura ainda é limitado.
Uma estratégia que foi implantada é a aplicação de um instrumento legal conhecido como Cadastro Ambiental Rural (CAR), um sistema de registro de propriedades rurais que mostra a quem elas pertencem e seus limites. Ele permite o monitoramento dessas áreas na Amazônia e é uma ferramenta importante para prevenir o desmatamento ilegal.
Porém, para realmente proteger a floresta e os serviços que ela fornece, o CAR não é suficiente, nem o objetivo apresentado pelo governo brasileiro na COP 21. O desmatamento zero antes de 2025 é possível, e nós sabemos o que é necessário para obtê-lo. O governo brasileiro deve estabelecer metas mais ambiciosas e, ainda mais importante, partir para um novo paradigma, no qual crescimento econômico, justiça social e agricultura não são considerados itens separados da manutenção florestal e dos serviços ambientais.
*Esse artigo foi originalmente publicado na revista eletrônica “Ensia”, em parceria com a revista acadêmica “Elementa”. Ele integra a edição especial “A extinção do desmatamento na Amazônia brasileira: é possível?”, editada pelo autor do artigo.
Por Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM*
Fonte: IPAM
Publicado em fevereiro 5, 2016 por 

Repensando as estratégias de propriedade de terras e de plantios florestais

Em meados da década de 1970, os proprietários de florestas plantadas em países como Chile ou Brasil eram, em sua maioria, players industriais: empresas de celulose, painéis de madeira e serrarias. Isso era natural, uma vez que, por um lado, a terra era barata, e por outro, era difícil convencer os produtores rurais locais de que o plantio de árvores poderia ser um negócio viável.

A forma de pensar desses produtores e da indústria evoluiu – agricultores e investidores institucionais entenderam que o plantio de florestas pode complementar a renda agrícola e trazer interessantes retornos financeiros aos seus investimentos.

Recentemente, a indústria tem observado um aumento crescente de produtores florestais independentes – hoje eles respondem por 35% dos plantios florestais, ou cerca de 2,5 milhões de hectares de florestas plantadas comercialmente no Brasil.

A madeira produzida em plantações comerciais continuará a ganhar participação de mercado sobre a madeira proveniente de florestas nativas. No entanto, a vantagem competitiva das plantações está diminuindo e, na pior das hipóteses, poderá até mesmo desaparecer, a menos que os produtores florestais empreguem grande esforço na melhoria da gestão, da produtividade florestal e na identificação de oportunidades futuras de redução de custos. O aumento dos custos nas economias emergentes, principalmente a participação relativa do custo da mão de obra, deve ser visto como um catalisador para a “reinvenção” das florestas plantadas.

Árvores, plantações e gestores da era digital irão melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas – árvores e outras culturas formam o elemento central de uma economia inovadora de base biológica – a “bio-economy”, conforme já é denominada em inglês.

A Pöyry Management Consulting, com sua comprovada experiência em operações florestais, alia um profundo entendimento de toda a cadeia de valor dos produtos de base florestal para acompanhar detalhadamente o que este mercado tem a oferecer.

Nos últimos anos, nossas equipes globais de especialistas, de variados campos, têm fornecido soluções inovadoras para empresas de base florestal. Alguns dos resultados relacionam-se à melhoria de práticas de manejo, aproveitando oportunidades mais imediatas via promoção da excelência operacional e de melhores formas de gestão. Nossos profissionais têm proporcionado soluções via inovações tecnológicas, garantindo que essas inovações disruptivas efetivamente agreguem valor a proprietários e operadores florestais. Nós inventamos hoje a as plantações florestais do futuro!

Por Jefferson Mendes é diretor da Consultoria em Negócios Florestais da Pöyry

A força do setor florestal para energia com biomassa

Indústrias de móveis, serrarias, beneficiamento de madeira geram milhares de toneladas de resíduos diariamente em todo o país.

A força do setor florestal para energia com biomassaA biomassa de origem florestal, é uma forma de energia limpa, renovável, equilibrada com o meio ambiente rural e urbano, geradora de empregos e criadora de tecnologia própria.

Além disso, permite a sua utilização como fonte alternativa de energia, seja pela queima de cavacos, ou com produtos de valor agregado com os briquetes e pellets.

O uso da biomassa florestal para a geração de energia apresenta algumas vantagens como baixo custo de aquisição, não emite dióxido de enxofre, as cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as provenientes dos combustíveis fósseis, menor corrosão dos equipamentos, menor risco ambiental e é um recurso renovável.

Empresas e indústrias tem usado a biomassa florestal como principal fonte para geração de energia. Um bom exemplo são indústrias de papel e celulose que utilizam os cavacos de madeira para gerar energia, sendo muitas destas empresas, alto sustentável quanto ao consumo de energia. BUNGE, CARGIL, HEINEKEN, MASISA, entre muitas outras, também tem utilizado esta fonte renovável.
O potencial de crescimento do setor no Brasil é muito grande. 

As florestas energéticas também viraram opção de investimento para muitos empresários.

As florestas energéticas reúnem vantagens comparativas naturais e significativas para o Brasil que tem condições de produzir, dependendo de condições tecnológicas e regiões do país, entre 250000 e 300000 quilocalorias de energia química potencial de florestas por hectare/dia, que é uma produção extraordinária. Isto se deve, basicamente, as condições edafo-climáticas e a tecnologia oriunda da prática da engenharia florestal brasileira.

A tecnologia e a inovação na implantação de florestas comerciais têm colocado o Brasil em destaque no mundo pela alta produtividade e custos competitivos que são vantagens comparativas decisivas para o negócio florestal. Todavia, há aspectos que precisam ser sanados ou melhorados como a concentração de plantios em poucas espécies o que gera necessidade da busca para introdução de outras espécies competitivas do ponto de vista florestal; a formulação de uma política florestal para melhorar a estabilidade e o desenvolvimento do setor visando atender o mercado interno e externo, as peculiaridades regionais de um país muito grande e a conciliação dos problemas ambientais e sociais brasileiros.

Fonte: Biomassa BR

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Árvore madeireira amazônica pode fixar nitrogênio no solo

Pesquisa recomenda bactérias eficientes para a fixação biológica de nitrogênio (FBN) em pau-rainha (Centrolobium paraense Tul.), árvore nativa do Estado de Roraima indicada para evitar erosão, com bom potencial para exploração madeireira e com capacidade de fixar nitrogênio, economizando adubação e melhorando a qualidade do solo. O trabalho inclui o desenvolvimento de protocolo para produção de mudas, etapa importante já que a planta poderá ser incluída em programas de recuperação de áreas desmatadas da região Norte, atendendo o novo Código Florestal Brasileiro. 
 
Arquivo Embrapa -
Foto: Arquivo Embrapa
A FBN é um processo realizado por bactérias capazes de capturar o nitrogênio que está presente no ar na forma de um gás (N2) e transformá-lo em amônia (NH3), permitindo que a planta assimile o nitrogênio, elemento essencial ao desenvolvimento vegetal. A aquisição desse importante macronutriente pelas plantas pode ser por meio de adubação, pelo uso de matéria orgânica do solo e pela fixação biológica
 
O pau-rainha é uma leguminosa arbórea que se beneficia do processo de FBN através da simbiose com bactérias conhecidas como rizóbios, relação que está sendo estudada por pesquisadores da Embrapa desde 2010.
 
Os estudos revelaram uma grande diversidade de bactérias que realizam esse processo e foram isolados 178 rizóbios oriundos de diversas regiões do Estado de Roraima. Esses microrganismos foram identificados e foi encontrada, entre eles, uma nova espécie do gênero Bradyrhizobium nomeada Bradyrhizobium neotropicale, que tornou-se a primeira bactéria desse gênero nativo do Brasil.
 
Conhecer a diversidade de bactérias associadas ao pau-rainha facilitará a produção de mudas e a utilização dessa leguminosa em manejos sustentáveis e programas de recuperação de áreas nativas desmatadas, sem a introdução de espécies exóticas na região, explica a pesquisadora da Embrapa Roraima Krisle da Silva. 
 
A cientista é uma das coordenadoras da pesquisa e já está trabalhando na propagação de mudas de pau-rainha em viveiro, inoculadas com bactérias eficientes no processo de FBN. Essa etapa é uma exigência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a indicação de inoculantes comerciais para a planta.
 
A pesquisa também buscou avaliar a eficiência dessas bactérias, visando a encontrar os rizóbios que mais contribuem com o fornecimento de nitrogênio para o pau-rainha. Segundo Krisle, a maioria das bactérias nodulantes descritas foi isolada a partir de leguminosas de grande interesse agrícola, como a soja e o feijão-caupi, mas ainda há poucos estudos sobre leguminosas arbóreas e sua interação com bactérias fixadoras de nitrogênio. 
 
Além da possibilidade de exploração sustentável e de utilização para recuperação ambiental, a pesquisa se concentrou no pau-rainha por ser uma espécie ameaçada pela exploração madeireira. "É uma pesquisa que ajudará na preservação dessa leguminosa arbórea e dos microrganismos presentes nela, além de ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira, principalmente em relação aos microrganismos do solo", ressalta Krisle. 
 
Bactérias selecionadas 
 
A pesquisa tem o objetivo de selecionar rizóbios eficientes na atividade de fixação biológica de nitrogênio para a produção de mudas. As etapas da pesquisa envolveram coletas em ilhas de mata do Estado de Roraima de raízes de pau-rainha para obtenção dos nódulos e posterior isolamento das bactérias em meio de cultura. 
 
De um total de 355 nódulos selecionados, foram isolados 178 rizóbios. Desses, com base em informações obtidas após a caracterização fenotípica, genética e capacidade de nodulação (a capacidade de realmente fixar nitrogênio), 18 foram selecionados para os testes em mudas de pau-rainha. No primeiro teste, em casa de vegetação, quatro bactérias se destacaram na produção de mudas de pau-rainha, entre elas a espécieBradyrhizobium neotropicale.
 
Os testes com as quatros bactérias foram realizadas novamente, mas na produção de mudas em viveiro. A etapa de testes em viveiro é importante  para a recomendação desses rizóbios como  inoculantes, o  que promoverá  maior eficiência na produção de mudas. Além dos testes em viveiro, as mudas inoculadas com essas estirpes serão avaliadas em condições de campo, o que ocorrerá em maio de 2016. 
 
Segundo a técnica de laboratório da Embrapa Roraima Eliane Cunha, essas quatro bactérias já foram incluídas na Coleção de Microrganismos Multifuncionais da Embrapa em Roraima. Eliane lembra que este tipo de pesquisa é bastante complexa e leva muito tempo. "Já estamos na fase de testes em viveiros, uma alternativa para propagar o pau-rainha e integrá-lo em programas de reflorestamento. Também já foram publicados dois artigos científicos que descreveram as bactérias eficientes na fixação biológica de nitrogênio e também a descrição da nova espécie", explica.
 
O pau-rainha
 
O plantio do pau-rainha pode gerar uma série de produtos e serviços viáveis para exploração econômica. A leguminosa pode alcançar até 30 metros de altura e é adaptada a pouca chuva e solos pobres. É encontrada no Panamá, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e norte do Brasil, onde está presente em ilhas de mata e em florestas de transição no Estado de Roraima.
 
A planta exerce diversas funções ecológicas que contribuem para a sustentabilidade do ambiente. Isso porque o pau-rainha, ao realizar a simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio, transfere parte desse nitrogênio para o solo por meio da deposição de suas folhas, melhorando a fertilidade nessas áreas, o que beneficia outras plantas.
 
Ela também tem função protetora contra os efeitos erosivos, sendo frequentemente estudada em programas de reflorestamento ou recuperação de áreas degradadas em virtude da agilidade em promover a sucessão vegetal.
 
Além da importância ecológica, o pau-rainha também tem um alto potencial madeireiro e é geralmente usado na construção de habitações e também como lenha. Além disso, é empregado na fabricação de móveis, vigas, caibros, escadas, pisos, e para fins medicinais e extração de corante.
 
Entenda a FBN
 
O nitrogênio é um dos elementos mais importantes para o crescimento vegetal. É fornecido às plantas por meio de grupos bacterianos em um processo conhecido como fixação biológica de nitrogênio (FBN). 
 
Dentre essas bactérias, as mais utilizadas são os rizóbios, que se associam de forma específica a plantas leguminosas. Esses microrganismos colonizam raízes com a formação de estruturas denominadas de nódulos, que conseguem captar o nitrogênio do ar e disponibilizá-lo às plantas. Esta interação é particularmente importante nos estágios iniciais de desenvolvimento vegetal. 
 
Entre as vantagens trazidas pelo uso da FBN está a redução de investimentos em adubação nitrogenada, o que representa uma economia anual de U$ 6,6 bilhões só no Brasil. Além disso, é uma tecnologia agrícola sustentável que ajuda a diminuir a contaminação de recursos hídricos e a emissão de gases do efeito estufa.

Fonte: Embrapa

domingo, 31 de janeiro de 2016

Ibá confirma aumento nas exportações dos produtos florestais em 2015

Desvalorização cambial favoreceu o comércio exterior brasileiro para todos os continentes

A celulose foi o maior destaque nas exportações
A celulose foi o maior destaque nas exportações
Em 2015, o setor de árvores plantadas, favorecido pela desvalorização cambial, registrou alta nas exportações de celulose, painéis de madeira e papel. O volume de exportações de celulose somou 11,5 milhões de toneladas no acumulado de 2015, crescimento de 8,6% em relação aos 10,6 milhões de toneladas exportadas em 2014. De janeiro a dezembro de 2015, as exportações de painéis de madeira alcançaram 641 mil m³, alta de 52,3% em relação ao mesmo período de 2014. As exportações de papel atingiram 2,1 milhões de toneladas em 2015, volume 11,5% maior em relação a 2014.
Confira a seguir os demais indicadores de desempenho do setor de árvores plantadas, na 20ª edição do Cenários Ibá, boletim mensal da Indústria Brasileira de Árvores.
Receita de exportações – No acumulado de 2015, as receitas de exportação de celulose, painéis de madeira e papel totalizaram US$ 7,8 bilhões, o que representa crescimento de 6,1% em relação ao mesmo período de 2014, quando o total foi de US$ 7,4 bilhões. O saldo da balança comercial do setor de janeiro a dezembro de 2015 é de US$ 6,5 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 17,3% em relação ao saldo do mesmo período de 2014. A Europa se manteve como principal destino da celulose brasileira e foi responsável por aproximadamente 38,5% dessa receita, seguida pela China e América do Norte, respectivamente, com cerca de 33,2% e 17,6%. Os embarques para a China cresceram 8,8% no ano.
Produção – De janeiro a dezembro de 2015, a produção de celulose cresceu 4,5% em relação ao mesmo período de 2014, atingindo 17,2 milhões de toneladas. A produção de papel se manteve praticamente estável, somando, 10,3 milhões de toneladas nos doze meses de 2015.
Vendas Domésticas – De janeiro a dezembro de 2015, as vendas domésticas de papel somaram 5,5 milhões de toneladas, volume 4,6% inferior em relação ao mesmo período de 2014. As vendas de painéis de madeira atingiram 6,4 milhões de m³, volume 11,3% menor na comparação com o mesmo período de 2014.
Perspectivas – “2016 será um ano austero, e o mercado continuará enfrentando os mesmos desafios de 2015. As previsões devem ser cautelosas, pois ainda não há um quadro claro sobre as medidas de estímulo à economia que serão anunciadas pelo Governo”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Ibá.
Fonte: Ibá

Eldorado deve ir ao mercado buscar recursos para financiar expansão

A empresa que melhorar o perfil de sua dívida e garantir financiamento para o projeto de duplicação

Unidade da Eldorado Brasil em Três Lagoas (MS)
Unidade da Eldorado Brasil em Três Lagoas (MS)
A Eldorado Brasil, fabricante de celulose do grupo J&F, está se preparando para ir ao mercado de dívida ou de ações nos próximos meses se as condições forem favoráveis, com o objetivo de melhorar seu perfil de dívida, ao mesmo tempo em que mira um aumento de capital e orquestra financiamento bilionário para seu projeto de expansão.
A companhia divulgou nesta semana o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,87 bilhão em 2015 depois de três anos de início de operação. "Na nossa visão, liquidez (no mercado) não é o problema hoje e as taxas de juros no mundo estão baixas. O dinheiro não está sendo colocado para trabalhar por conta de uma percepção de risco. Mas a empresa é exportadora, tem baixo custo de produção, projeto de expansão sendo executado e vai ter rating muito favorável no momento certo", disse José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil.
Para ele, a Eldorado também é favorecida pelo câmbio e pela política de hedge conservadora. Além disso, uma colocação no mercado de capitais seria endereçada, sobretudo, ao investidor do exterior, onde o mercado vai melhor que o brasileiro. A lógica de uma operação seria reduzir custo e alongar a dívida, não financiar a ampliação da fábrica em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Atualmente, a dívida líquida da Eldorado está em cerca de R$ 7,9 bilhões. Uma decisão de ir ao mercado ainda não foi tomada, mas, segundo o executivo, a prioridade agora é deixar a companhia pronta do ponto de vista regulatório e de qualidade de suas contas para aproveitar momento mais favorável dos mercados, algo que pode ocorrer nos próximos meses. "Estamos trabalhando na preparação de um 'info memo' com dados. Nunca sabemos quando o mercado vai estar pronto", disse Grubisich.
Já para financiar o projeto de expansão, de cerca de R$ 8 bilhões, a empresa discute uma operação de aumento de capital de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões, que poderia ocorrer por uma capitalização pelos sócios atuais ou uma colocação privada.
China: sobre os preços de celulose em dólares nesse país, Grubisich disse que em dezembro foi registrada ligeira queda, depois de estabilidade em outubro e novembro e de pequeno aumento em setembro. A Ásia é o maior mercado da Eldorado, com 43% do volume de venda de exportação. Os compradores chineses têm buscado menores preços por conta da previsão de entrada de novas capacidades de produção no mercado neste ano, como a da Klabin e da Asia Pulp & Paper (APP) na Indonésia, além do período de menor atividade em fevereiro, devido ao Ano Novo Chinês, disse o executivo.
Mas o entendimento do setor é de que a demanda não caiu. "Vamos ter que esperar a volta do Ano Novo chinês para ver como está o equilíbrio de oferta e demanda. Acreditamos que a demanda continua forte, o mundo vai continuar precisando de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas de capacidade nova a cada um ano, um ano e meio", disse.
Fonte: Portal R7 Notícias

Receita líquida da Fibria supera barreira dos R$ 10 bilhões em 2015

Valor é 42% maior que o registrado em 2014, sendo que R$ 3 bilhões são do último trimestre do ano passado

A Fibria registrou receita líquida de R$ 10,1 bilhões em 2015 – um valor 42% acima do registrado em 2014 e novo recorde para o período de um ano. No quarto trimestre de 2015, a receita líquida foi de R$ 3 bilhões, 7% superior ao trimestre anterior.
Marcelo Castelli: presidente da Fibria
Marcelo Castelli: presidente da Fibria
Também recorde para um período de 12 meses, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado atingiu R$ 5,3 bilhões, representando um crescimento de 91% do montante registrado em 2014. No quarto trimestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 1,6 bilhão, um aumento de 5% em relação ao trimestre anterior. A margem Ebitda em 2015 ficou em 53%, sendo também um novo marco no desempenho econômico da companhia.
A robusta evolução de 351% na geração de fluxo de caixa livre em 2015 também foi outro destaque nos resultados da companhia ao registrar o recorde de R$ 2,9 bilhões, sem considerar os pagamentos de dividendos, o investimento (Capital Expenditure – Capex, na sigla em inglês) na expansão da Unidade de Três Lagoas (MS) – o projeto Horizonte 2 – e a compra de terras realizada no final do ano. Desse total, R$ 866 milhões foram gerados no último trimestre do ano.
“O ano de 2015 marca uma nova fase da nossa história, com decisões estratégicas importantes rumo a um novo patamar de competitividade e aumento de capacidade operacional. Com o projeto Horizonte 2, que segue dentro do cronograma, iremos ampliar nossa posição de liderança global no setor de celulose”, diz o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.
Em 2015, a Fibria obteve lucro líquido de R$ 357 milhões principalmente em função do seu forte desempenho operacional, ainda que parcialmente compensado pelo impacto contábil da variação cambial sobre seu resultado financeiro, não presente em períodos de estabilidade da moeda. A administração da companhia propôs a distribuição de 87% do lucro líquido de 2015 em dividendos aos acionistas, que totaliza R$ 300 milhões e será submetida à próxima Assembleia Geral, prevista para abril.
A proposta de distribuição de R$ 300 milhões em dividendos, que contempla R$ 218,7 milhões em dividendos adicionais ao dividendo mínimo obrigatório de R$ 81,3 milhões, baseia-se na política de dividendos lançada em 2015, que prevê ainda a possibilidade de uma remuneração adicional ao acionista ao longo do ano, caso sua geração de caixa supere os cenários previstos, desde que respeitadas suas Políticas de Endividamento e Liquidez e o seu compromisso com o Grau de Investimento.
A companhia encerrou 2015 com dívida líquida em dólar em US$ 2,8 bilhões. A alavancagem, medida pela relação entre Dívida Líquida e Ebitda, encerrou o ano em 1,78 vezes, em dólar, abaixo dos limites estabelecidos na Política Financeira da empresa.
Destaques do Ano
Em maio de 2015, a Fibria anunciou o Projeto Horizonte 2, que ampliará a capacidade de produção de sua Unidade de Três Lagoas, localizada no estado do Mato Grosso do Sul. O investimento total é de R$ 8,7 bilhões, equivalente a cerca de US$ 2,2 bilhões, já estando com a estrutura financeira equacionada. A nova linha de produção de celulose da Fibria em Três Lagoas (MS), cuja pedra fundamental foi lançada em 30 de outubro passado, irá aumentar a capacidade de produção da Companhia para mais de 7 milhões de toneladas e ampliar sua competitividade no mercado global.
Também em maio, a Fibria firmou um contrato comercial com a Klabin para comercialização da totalidade da produção de celulose de fibra curta da unidade em construção em Ortigueira (PR) – projeto Puma – a ser destinada para países fora da América do Sul.
“Com o consistente fluxo de caixa livre registrado no ano, conseguimos dar início ao projeto de Horizonte 2, pagar R$ 2 bilhões em dividendos intermediários em dezembro sem comprometer a qualidade do nosso crédito, confirmado recentemente como Grau de Investimento e com perspectiva estável pelas 3 agências de rating em meio a um cenário adverso na economia brasileira”, afirma Guilherme Cavalcanti, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Fibria.
Pelo sétimo ano consecutivo, a Fibria foi selecionada para integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa e para compor, mais uma vez, o Índice de Sustentabilidade para países emergentes da Bolsa de Nova York (DJSI Emerging Markets). Em 2015, a Fibria foi escolhida como empresa criadora de tendências para o desenvolvimento sustentável (Sustainable Standard-Setter Award) pela ONG Rainforest Alliance.
Sobre a Fibria
Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria é uma empresa que procura atender, de forma sustentável, à crescente demanda global por produtos oriundos da floresta. Com capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, a companhia conta com unidades industriais localizadas em Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS), além de Eunápolis (BA), onde mantém a Veracel em joint-operation com a Stora Enso. A companhia possui 969 mil hectares de florestas, sendo 568 mil hectares de florestas plantadas, 338 mil hectares de áreas de preservação e de conservação ambiental e 63 mil hectares destinados a outros usos. A celulose produzida pela Fibria é exportada para mais de 40 países. Em maio de 2015, a Fibria anunciou a expansão da unidade de Três Lagoas, que terá uma nova linha com capacidade produtiva de 1,75 milhão de toneladas de celulose por ano, e entra em operação no quarto trimestre de 2017. Com ações listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa e ADR nível III na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a Fibria tem 29,42% de sua composição acionária detida pela Votorantim Industrial S.A., 29,08% pela BNDESPAR e 41,50% de free-float no mercado financeiro. Para mais informações, acesse www.fibria.com.br.
Fonte: Painel Florestal

Saiba quem faz parte do Top 10 dos países mais “verdes” do mundo

O Brasil está na 46ª posição, atrás de países como Azerbaijão, Costa Rica, Argentina e Cuba

 
1º Lugar: Finlândia (90,68)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
1º Lugar: Finlândia (90,68)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
Acesso á água potável, saneamento básico, proteção das florestas e qualidade do ar são apenas alguns dos quesitos analisados pelo Índice de Desempenho Ambiental. O documento, produzido por cientistas das Universidades de Yale e Columbia, juntamente com o Fórum Econômico Mundial, considerou os dados de 180 países, analisando o que é feito para proteger o meio ambiente e a saúde humana.
2º lugar: Islândia (90,51) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
2º lugar: Islândia (90,51) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
O relatório, divulgado no último domingo (24), coloca o Brasil na 46ª posição, atrás de países como Azerbaijão, Costa Rica, Argentina e Cuba. A pesquisa mostrou evoluções globais importantes, como o acesso à água potável e a proteção dos habitats. Em 2000, mais de um bilhão de pessoas não tinham água limpa para o consumo. Em 2015, o número caiu para 550 milhões.
3º lugar: Suécia (90,43)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
3º lugar: Suécia (90,43)
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
Por outro lado, o estudo também trouxe à tona grandes deficiências. O saneamento básico e o tratamento de águas residuais é um desses problemas, com 23% dos países listados tendo tratamento zero dos efluentes. A pesca é outro item preocupantes, com diversas espécies em risco de colapso. Mas, um dos pontos mais alarmantes é a poluição do ar. De acordo com o documento, mais de 3,5 bilhões de pessoas vivem em áreas com níveis de poluição do ar considerados inseguros.
4º lugar: Dinamarca (89,21) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
4º lugar: Dinamarca (89,21) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com) 
A Finlândia foi o país com os melhores resultados, atingindo pontuação 90,68. A nação europeia teve índices impressionantes em Saúde, Água e Saneamento, Biodiversidade e proteção dos habitat. Na sequência veio a Islândia, com expressivos 90,51, seguida pela Suécia, com 90,43.
5º lugar: Eslovênia (88,98) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com)
5º lugar: Eslovênia (88,98) 
Foto: iStock by Getty Images (via istock.com) 
Veja quais foram os 10 países com melhores índices ambientais:
1.Finlândia (90,68)
2.Islândia (90,51)
3.Suécia (90,43)
4.Dinamarca (89,21)
5.Eslovênia (88,98)
6.Espanha (88,91)
7.Portugal (88,63)
8.Estônia (88,59)
9.Malta (88,48)
10.França (88.20)
Fonte: Ciclo Vivo