domingo, 28 de julho de 2013

Para Engenheiro Florestal, carreira exige disposição e adaptabilidade

Robson Oliveira Laprovitera é engenheiro florestal há 11 anos.
Ele diz que mudar de cidade para se dedicar às florestas é um desafio constante.

   Robson Oliveira Laprovitera, 35, é engenheiro florestal há 11 anos e trabalha na International Paper do Brasil (IP Brasil), onde exerce o cargo de gerente de sustentabilidade e gestão florestal.
   A IP Brasil é o braço nacional da International Paper (IP), empresa constituída em 1898 que tornou-se uma das gigantes mundiais do setor de celulose e papel. No Brasil, a empresa iniciou suas atividades em 1960. Leia abaixo a entrevista foi com o Eng. Florestal:

Por que o senhor quis ser engenheiro florestal? Tinha algum engenheiro na família?
 
Robson Oliveira Laprovitera - Quis ser engenheiro florestal porque sempre fui muito ligado à natureza. Pesquisei cursos relacionados com a natureza e vi que a engenharia florestal caía como uma luva no que eu queria. Eu morava no Rio de Janeiro num local rodeado por florestas e entre as opções de cursos disponíveis, esse foi o que mais me chamou a atenção. Ninguém da minha família era engenheiro florestal, mas meu irmão também fez essa graduação.

Onde você estudou? O curso era o que o senhor pensava?
 
Laprovitera - Me formei na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em 1997. O curso era muito além do que eu imaginava, pois além das questões de meio ambiente, que era o que eu realmente procurava, aprendi muita coisa relacionada à ecologia e proteção dos recursos naturais. Além disso, o curso ainda trabalha com o lado da produção florestal e dos bens produzidos pelas florestas - como por exemplo fazer um plantio de árvores para a produção de papel e celulose.

Qual foi o seu primeiro emprego?
 
Laprovitera - Foi aqui mesmo, na International Paper do Brasil, onde estou até hoje. Comecei como estagiário, passei pelo programa de treinamento e agora sou gerente de sustentabilidade e gestão florestal da empresa.

 Quais são as atividades de um engenheiro florestal que é gerente?
 
Laprovitera - Existem várias áreas de gerenciamento dentro da empresa. A minha está relacionada à sustentabilidadedo manejo e sistema de gestão. O que seria isso? O manejo florestal é a produção de florestas com respeito à fauna e à flora e aos recursos hídricos. O sistema de gestão é o acompanhamento ambiental do processo produtivo, ou seja, a gente avalia cada etapa e aspecto do processo produtivo para não agredir o meio ambiente.

 Mas como o senhor descreveria a sua atividade de forma mais simples?
 
Laprovitera - Eu trabalho no suporte à produção de florestas. A gente tem que conservar áreas de ambiente natural, pesquisar a fauna e a flora e conservar a biodiversidade. E o meu trabalho é garantir que as áreas de conservação evoluam cada vez mais e que seja preservada a biodiversidade do local. Para você ter uma idéia, cerca de 25% das terras da International Paper do Brasil são destinadas à conservação da natureza.

Qual foi a maior dificuldade que já enfrentou na profissão?
 
Laprovitera - Acho que a maior dificuldade é ter que sair da sua cidade, da sua região e se deslocar para um ambiente natural. Para exercer a profissão, a maioria dos engenheiros florestais precisa se deslocar para regiões do Brasil onde existem florestas. Não é como um profissional da área de medicina, de odontologia, que consegue se estabelecer na sua cidade ou próximo de onde nasceu. Muitos engenheiros têm de ir morar na Amazônia, por exemplo. Essa mudança exige muita disposição e adaptabilidade. É um desafio que os engenheiros florestais têm que aceitar.

E qual a melhor parte da carreira?
 
Laprovitera - A melhor parte é poder contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso país, fazendo com que ele cresça conservando o meio ambiente.

Agora vamos falar da produção de papel. O senhor tem como explicar, de forma bem simples, como é o processo de fabricação de papel?
 
Laprovitera - Claro. Tudo começa na produção de mudas de árvores. Aí o engenheiro florestal vai plantar essas mudas para começar o reflorestamento. Depois de uns seis anos, começa a colheita dos eucaliptos. Em seguida, essas árvores são transportadas para a indústria. Esse material é convertido em pequenas lascas de madeira, que vai sofrer um processo para a fabricação de celulose. A partir da celulose, você inicia a fabricação do papel. Na International Paper, por exemplo, uma árvore de eucalipto produz cerca de 18 mil folhas de papel sulfite tamanho A4.

Quais dicas o senhor daria para o vestibulando que quer ser engenheiro florestal?
 
Laprovitera - O vestibulando tem que entender que a engenharia florestal não se resume apenas às questões de proteção do meio ambiente. A carreira está muito relacionada à produção de bens e serviços. O curso é bem focado e é um misto de ciências e exatas. Tem muita matemática, física, química, estatística.

Entrevista cedida ao G1

Entendendo a falácia da falta de engenheiros no mercado


As principais revistas e jornais vem anunciando incessantemente a falta de engenheiros no Brasil. Porém, para os engenheiros, desde os recém-formados aos que tem 25 anos de experiência, é um consenso que esta informação não confere no cenário nacional. Diante desta situação fica a dúvida: Que escassez é essa?
   Este assunto dá margem a uma série de textos, porém vou focar no aspecto mais imediato deste desencontro entre empresas, recrutadores, profissionais e jornalistas. Basta uma pesquisa rápida na internet para encontrar as tão famigeradas vagas disponíveis para engenheiros e começar a entender a situação.
   Primeiro, é preciso que as empresas entendam que um engenheiro mecânico possui a denominação profissional de engenheiro mecânico, e isso somente. Não existe qualquer referência no CREA a engenheiro mecânico com experiência em calibração de instrumentos de precisão expostos a ambiente corrosivo. Portanto, um engenheiro mecânico que trabalhou por 10 anos em calibração de instrumentos de precisão em ambientes explosivos tem total capacidade de atuar na área de ambientes corrosivos também. De forma mais direta, qualquer engenheiro mecânico será capaz de trabalhar nesta área, após o devido treinamento. É por isso que ele estudou por 5 anos, e por este mesmo motivo o preço pela sua hora de trabalho tem o valor que o CREA estipulou. Se a empresa treinou, ganhou um profissional capaz.
   Pelo CREA, o piso salarial de um engenheiro é de 8 salários mínimos. Nos valores atuais( meados de 2013) equivale a R$ 5.414,00. As empresas insistem em recusar esta realidade a ponto de configurarem, a grosso modo, quase um cartel salarial. Se ninguém paga o valor pedido, ninguém vai poder exigir barganhando que outra ofereceu. Agrava-se o fato de que pouquíssimas das vagas de recém-formados abrangem este salário. Por outro lado, é ponto comum nos requisitos para vagas de engenheiros a tríade experiência anterior, inglês fluente e experiência em liderança. Sem muito esforço, é natural perceber que citar recém-formado na mesma frase que experiência anterior é no mínimo, mal gosto. Portanto, o mercado está superaquecido para profissionais com experiência, correto? Infelizmente não. Porque se é para preencher uma vaga, a preferência vai para quem tem experiência exatamente naquela área específica. Se este profissional não é encontrado, outro profissional com 15 anos de experiência em uma área ligeiramente distinta também não é uma boa escolha, pois está “velho demais para aprender truque novo”. Mas caso haja a continuidade do desejo de preencher esta vaga com este profissional experiente, a vaga continuará fazendo jus à sua definição de lugar livre, quando durante a entrevista, o engenheiro com 15 anos de experiência, inglês fluente, espírito de liderança, capacidade de lidar em equipe, domínio do pacote Office, Autocad, programação em Visual Basic e residindo próximo ao local de trabalho, se recusar a trabalhar quando souber o valor do salário.

Aprendendo para fazer

Existe um ponto no qual as empresas brasileiras( ou aqui situadas) insistem em contrariar os teóricos da administração mais moderna: o investimento no capital humano. Dentro das metas de corte de custos, naturalmente se poda qualquer pensamento de investimento em capacitação. Assim, é um cenário quase utópico imaginar uma empresa investindo por 1 ou 2 anos em treinamento para capacitar um profissional. Mas porque utópico? Porque nossas empresas, diante da necessidade de um profissional, consideraram mais econômico contratar o profissional da empresa em frente em vez de investir na formação do novo engenheiro. Mas como é costume se adotar a solução mais conveniente, a empresa que teve o seu profissional abduzido, aprendeu também esta manobra. Assim, como segue a escalada natural da oferta x demanda, os salários deste profissional irão aumentar até o ponto em que ninguém mais estará disposto a arcar com aquele valor. Então o que acontecerá? Passarão a contratar os recém-formados e investir em seus treinamentos? Não. Se não há engenheiro com experiência no mercado e a empresa não tem uma política pré-existente de capacitação – pela simples falta de necessidade anterior- ela irá dizer que faltam profissionais, divulgar isso nas revistas e dizer que precisam de profissionais e estes estão lá de fora. Alegando que falta mão de obra no Brasil. Mas não, não falta mão de obra aqui. Falta mão de obra treinada, lê-se, que não necessita de investimento. E esta sim, lá fora tem mais do que aqui, afinal, a Europa está em crise.
    Ao conversar com uma amiga, recrutadora da área de Oléo e Gás, conversamos sobre os “altos” salários dos engenheiros e em seguida ela comentou que o principal problema é a qualificação. Ela citou o exemplo da vaga de analista de compras, que é muito difícil encontrar um engenheiro com experiência na área e inglês fluente. Particularmente, não cai bem a presença e a co-relação entre os termos fluência em inglês, experiência anterior e analista quando a vaga se destina a engenheiros. A não ser que este analista receba mais que um engenheiro júnior, o que nunca é o caso. Após sua citação, a perguntei porque eles não contratam um administrador para fazer a parte de compras. Ela me respondeu que é necessário alguém com formação técnica para esta vaga. Então esclareci para ela que “o cidadão passa 5 ou 6 anos numa faculdade de engenharia, lida com os tipos mais absurdos de professores, aprende todo o desenvolvimento da tecnologia humana até os dias atuais em sua área de atuação. Existe o CREA, existe um piso, e ESTE É O PREÇO DA FORMAÇÃO TÉCNICA.” O engenheiro é formado para aprender, desenvolver e aplicar os conhecimentos em sua área. Possui domínio das ciências bem como de suas atribuições, além da facilidade nata com números e por fim obrigatoriamente possui nível básico de inglês, porque as próprias disciplinas o exigem. Olhe bem para este profissional, agora adicione 2 anos de experiência em compras técnicas e por fim adicione mais um curso de 4 anos de inglês para ficar fluente. Qual a parte da dificuldade destes profissionais se candidatarem a uma vaga que exige o necessário para ser CEO pelo salário de um caixa de banco* não ficou clara?

O nascimento do Trainee

   Não é segredo para ninguém que o nosso país passou por um período de instabilidade econômica pouco tempo atrás. Mesmo os que não eram nascidos nas época, lembram dos mais velhos contando sobre ir comprar tudo de manhã porque a tarde os preços já subiam. Como a saúde financeira e o investimento em infra-estrutura e tecnologia andam lado a lado, durante o crescimento da inflação a engenharia nacional começou a sofrer sua queda, chegando ao ápice durante a abertura do nosso mercado e a natural competição com os países estrangeiros. Assim nossa engenharia tomou um golpe violento enquanto nossos ilustres políticos não se emocionaram com a situação. Nesta época, os engenheiros se tornaram taxistas, passaram a vender suco e etc… Houve um desemprego em massa dos engenheiros, os mais bem-sucedidos foram os que conseguiram fazer seus nomes no mercado financeiro. Diante dessa realidade, a quantidade de alunos nos cursos de engenharia despencou e ninguém mais olhava nossa profissão como boa opção. Os alunos da época que não abandonaram seus cursos, optaram pela vida acadêmica como a única salvação. Os engenheiros civis foram os que menos sofreram com isso, por conta deste ramo não necessitar tanto de tecnologias e assim, não ter sofrido a competição externa. Mas sofreram o impacto pela freada econômica geral da nossa pátria também.
   Mas o que isso tem a ver com os dias atuais? Tudo, porque hoje praticamente não existe engenheiro no mercado com 15 a 20 anos de experiência. Diante disso, as empresas se viram diante de um problema enorme. O que fazer agora?
    Algumas passaram a tirar os aposentados da companhia dos netos com ofertas pomposas para voltarem ao trabalho, mas isso não salvou todas as empresas. Então as empresas veem uma luz no fim do túnel. Elas passam a pegar o recém-formado, investem um ano em cursos e treinamentos e outro ano em “job rotation”, os fazendo circular pelas diversas áreas da empresa. Assim, após 2 anos, as empresas agraciam estes jovens com os cargos destinados aos gerentes com 15 anos de experiência, inclusive com o salário da função de chefia. Vale ressaltar que nestes 2 anos, estes jovens não recebem o piso de engenheiro, pois estão recebendo parte deste salário em treinamento e conhecimento. Bom para as empresas e bom para os recém-formados!
   No entanto, pela brasileiríssima Lei de Gérson, algumas empresas menos sérias começaram a adotar o modelo de Trainee, porém, usaram a máxima do “se aprende fazendo” e assim, consideraram desnecessários os treinamentos e colocaram o Trainee para exercer as funções de engenheiro, mas com salário de quem está aprendendo, é claro. Assim, criou-se a falácia que o engenheiro com “cheirinho de novo” é um peso morto nos primeiros anos, não gera lucro e assim, não merece o salário estipulado pelo CREA. Esse modelo de escrav… digo… de Trainee, também passou a ser bastante conhecido no mercado pelo nome de Analista. Uma ótima forma de contratar engenheiro sem pagar o salário necessário para desfrutar da capacidade desse profissional. Outra situação comum é a exigência de inúmeras qualificações, idiomas e experiência para no cotidiano do trabalho executar atividades simples e que qualquer aluno de ensino médio seria capaz de fazer.

O que vem acontecendo

Então, um engenheiro diante disso, deveria recusar tal oferta de emprego e só aceitar cargo como engenheiro, correto? Corretíssimo… se todos os formandos em engenharia fossem solteiros, bons herdeiros e de classe média alta. Porém como essa não é a realidade, alguns se submeteram a tal situação. Estes seriam poucos e logo tudo estaria resolvido, porque isso seria em pontos isolados, correto? Novamente correto, se não fossem as revistas e jornais fazendo uma enxurrada de notícias dizendo que faltam engenheiros no país. “Engenharia é mão de obra escassa! Daremos salários de juizes para engenheiros!Engenheiro vai poder comprar sua própria ilha no Caribe!” Diante de tal situação, os cursos de engenharia lotaram, muito mais engenheiros se formaram. Mas agora caíram sem freio diante de um mercado onde a maioria das vagas são para aprender fazendo, ou seja, para Analistas ou Trainees de mentirinha. E se você é um cidadão engajado pela valorização profissional e não aceitará estas vagas, parabéns pela garra, porque tem mil se acotovelando pela vaga que você recusa.
    E diante disso tudo o mercado continua: “Faltam engenheiros…”, o governo facilita a importação de profissionais, as revistas fazem matérias “comprovando” este fato, os que insistem em ficar na área em que se formaram recebem miséria enquanto se amontoam em volta de editais de concursos, e lá fora… o Brasil é o país da engenharia! As escolas de idiomas que mais viram o faturamento crescer nos últimos anos foram as de português para estrangeiros.
   De toda forma, é totalmente compreensível a busca de profissionais com know-how em áreas pioneiras no país. Se determinada atividade nunca foi realizada em solo nacional, é natural que se traga o profissional do exterior. Mas esta deve ser uma prática de importação de conhecimento, não de mão de obra. O estrangeiro virá agregar e formar seus companheiros de trabalho e não substituir os engenheiros nacionais enquanto estes estão sem emprego. Porém, o que parece haver hoje é a estratégia de trazer um fast-food. Trazer os profissionais formados e prontos, que os headhunters usam como sinônimo de “qualificados”, para assumir os cargos vagos no Brasil. Então novamente impera o vício do jeitinho brasileiro, mas agora, durante o recrutamento.
*Todo respeito aos atendentes de caixa de banco. O exemplo só foi citado pela não necessidade das qualificações citadas no texto para desempenho da função.

O IV Congresso Nordestino de Engenharia Florestal (IV CONEFLOR) e III Semana de Engenharia Florestal da Bahia (III SEEFLOR)


O IV Congresso Nordestino de Engenharia Florestal (IV CONEFLOR) e III Semana de Engenharia Florestal da Bahia (III SEEFLOR), que ocorrerá de 25 a 28 de novembro de 2013, terá sua realização promovida pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia com a organização do Colegiado de Engenharia Florestal, Centro Acadêmico de Engenharia Florestal e Empresa Júnior de Engenharia Florestal.

O CONEFLOR chega a sua IV edição após ser realizado com sucesso de público e mídia em sua I edição em Recife/PE, a sua II edição em Campina Grande/PB e III em Aracaju/SE, obtendo-se com a realização destes eventos contribuições imensuráveis em novos conhecimentos e novas possibilidades tendo em vista o potencial florestal da região Nordeste. Da mesma forma, a SEEFLOR chega a sua III edição, após ter garantido a participação de mais de 400 pessoas a cada evento, de diferentes Estados do país.

Nesta edição, o evento irá ofertar 6 mesas redondas com um total de 16 palestras e pelo menos 10 minicursos nas mais diversas áreas de atuação do Engenheiro Florestal.

A escassez dos nossos recursos naturais e as áreas de florestas plantadas localizadas nas chamadas regiões mais desenvolvidas do país estão saturadas pela pressão de órgãos ambientais, proibições previstas na legislação florestal e até mesmo por falta de área, devido a competição com os recursos agrícolas. Diante desta situação, a região Nordeste se apresenta como uma alternativa interessante para esses plantios, além da enorme diversidade em seus biomas e ecossistemas que devem ser preservados, em especial devido ao intenso uso da madeira como fonte energética em toda a região nordeste.

O público alvo do evento é formado por estudantes dos cursos de Engenharia Florestal localizados no Nordeste, por professores e profissionais da área ou de áreas correlatas, por produtores e serviços relacionados à área florestal, empresas de base florestal e toda a sociedade civil que tenha interesse em conhecer e saber mais da atuação do engenheiro florestal.

Para inscrições e mais informações acesse o site do evento: IV CONEFLOR

quarta-feira, 24 de julho de 2013

MPF investiga concessão de Floresta Nacional na Amazônia

Concessão teria sido realizada ignorando a existência de comunidades tradicionais


O Ministério Público Federal em Santarém iniciou hoje (23) uma investigação sobre o edital de concessão da Floresta Nacional de Crepori, no sudoeste do Pará. Segundo nota do MPF, a concessão teria sido realizada ignorando relatório encomendado pelo ICMBio.

Floresta amazônica próximo de Altamira -Pará
O MPF informou que segundo denúncias de pesquisadores, a área sujeita a concessão tem ocupação de comunidades tradicionais, que podem ser prejudicadas pela entrada de madeireiros. A área de concessão da flona de Crepori, que tem a duração de 40 anos, corresponde a 442.388,24 hectares, de acordo com o MPF.
A legislação, segundo o MPF, proíbe que áreas ocupadas por comunidades tradicionais sejam incluídas na concessão florestal. Ainda de acordo com o informe, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) teria considerado “sem muitas explicações” que as comunidades na Floresta Nacional (Flona) do Crepori não são tradicionais.
“Os pesquisadores Maurício Torres e Juan Doblas percorreram a região a pedido do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e constataram a existência de populações tradicionais nas proximidades do rio das Tropas. O estudo foi entregue tanto para o ICMBio quanto para o SFB no ano passado”, afirmou o MPF. Mesmo assim, este ano a área entrou em concessão dia 30 de maio e vai receber propostas de concessionários até 26 de novembro.
O SFB e o ICMBio têm um prazo de 10 dias para informar a existência de populações tradicionais na área de concessão ao responsável pela investigação, o procurador da República Carlos Eduardo Raddatz Cruz. ”Além de elucidar a ocupação da área por comunidade tradicional, o MPF também quer saber sobre a presença de indígenas Mundurukus, já que a flona do Crepori faz divisa com a Terra Indígena Munduruku”, afirmou o MPF na nota.
Implementada em 2006 pelo governo federal mediante Lei de Gestão de Florestas Públicas (11.284/2006), a concessão de florestas permite aos concessionários, empresas e comunidades ter o direito de manejo de áreas públicas de floresta visando à sustentabilidade, o que inclui atividades de extração de madeira e produtos não-madeireiros, além de turismo. Por sua vez, os concessionários pagam ao governo quantias acordadas no processo de licitação destas áreas.
Segundo o ICMBio, a Floresta Nacional (Flona) de Crepori possui uma área total de 741.244,51 hectares. As atividades econômicas mais representativas desenvolvidas na região são a agricultura e mineração de ouro, seguida de exploração madeireira. A região também é habitat de fauna e flora endêmicas, isto é, somente encontradas no local, segundo o plano de manejo da Flona.
Por: Epoch Times

Fundação SOS Mata Atlântica lança jogo socioambiental para Facebook, IOS e Android

São várias as missões propostas pelo game em uma delas, o jogador salva um muriqui da caça predatória



A Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil – a área original que resta desta floresta é de apenas 8,5%. Para sensibilizar as pessoas sobre o tema de forma divertida, a Fundação SOS Mata Atlântica desenvolveu o aplicativo SOS Mata Atlântica – O Jogo. Totalmente em 3D e disponível gratuitamente para IOS, Android e Facebook, o jogo social foi produzido em parceria com a produtora de games brasileira OvniStudios.
A tarefa do jogador é simples, basta se voluntariar através do game e desempenhar atividades que variam entre reflorestamento, combate à caça predatória, coleta seletiva do lixo, controle da qualidade do ar, água e do solo, além de atividades agrícolas e pecuárias desenvolvidas de forma a impactar menos o ambiente. São várias as missões propostas pelo game. À medida que o jogador avança no jogo, ele adquire bonificação em consciência ambiental. Quanto maior a consciência ambiental, maior é a variedade liberada de árvores nativas da Mata Atlântica e itens de decoração para customizar a sua sede.
São várias as missões propostas pelo game. Em uma delas, o jogador salva um muriqui da caça predatória. Um dos principais diferenciais do jogo é ser híbrido e multiplataforma, disponível para iPhone, iPad, iPod-Touch, Android e também Facebook, com diversas atividades sociais, como um ranking global. Entre amigos, há a possibilidade de convidá-los e desafiá-los para missões, além de postar atividades no mural do Facebook. Diferentemente de outros jogos do gênero, SOS Mata Atlântica – O Jogo é totalmente em 3D, com gráficos extremamente leves, que rodam com bom desempenho em praticamente todos os smartphones, tablets e computadores presentes no mercado. Novos conteúdos e missões serão liberados gradualmente. Brindes e recompensas também serão distribuídos a pessoas que comparecerem presencialmente a eventos e atividades realizadas pela Fundação SOS Mata Atlântica.
Além de funcionar em rede social, o game da SOS Mata Atlântica funciona bem em smartphones.
Como jogar: Acesse o jogo no Facebook ou baixe o aplicativo “SOS Mata Atlântica” no seu celular ou tablet.

Plantas são capazes de se comunicar, diz estudo realizado na Escócia

Os pesquisadores não conseguiram provar, mas especularam que as moléculas de sinalização de perigo pudessem passar por uma rede de fungos.

A ideia de que as plantas desenvolveram uma rede de comunicação – como uma “internet subterrânea” – parece ter saído dos filmes de ficção científica, como “Avatar”, de James Cameron. No entanto, um estudo realizado por David Johnson, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, mostra que as plantas parecem se comunicar entre si, trocando alarmes quando há perigo ou ameaça. O experimento foi baseado em uma plantação de pés de feijões. Ao longo do estudo, o pesquisador acredita ter provado que, quando uma das plantas é atacada por pulgões, um alerta é enviado para suas “vizinhas”. O experimento foi baseado em um estudo feito por uma equipe chinesa em 2010, o qual mostrava que, quando um tomateiro era atacado, plantas próximas ativaram genes que ajudaram a evitar a infecção, mesmo se o fluxo de ar entre as plantas tivesse sido interrompido.
O experimento foi baseado em uma plantação de pés de feijões.
Os pesquisadores não conseguiram provar, mas especularam que as moléculas de sinalização de perigo pudessem passar por uma rede de fungos. Um estudo realizado anteriormente por Johnson comprovou que os vegetais atingidos por pulgões reagem com substâncias químicas orgânicas, as quais irritam os parasitas e atraem vespas que se alimentam do inseto. O pesquisador não sabia que a mensagem poderia se espalhar, como nos tomates, de planta para planta. Então, Johnson concluiu o estudo, mostrando que os fungos foram os mensageiros.
Aliado ao seu trabalho anterior, o pesquisador descobriu que as substâncias químicas orgânicas eliminadas pela planta infestada atrai vespas e repele pulgões. A simbiose entre plantas e fungos é ainda uma área pouco explorada da biologia. Para o pesquisador, o mundo subterrâneo, embora invisível para o olho humano, não deve ser ignorado ou subestimado pela comunidade científica.