quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Mais seis estados aderem ao Cadastro Ambiental Rural



Seis estados aderiram nesta quinta-feira (20) ao acordo com o governo federal para implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Com a assinatura pelos governos do Amapá, de Alagoas, da Paraíba, de Roraima, do Maranhão e do Tocantins, são 18 estados integrados à medida, que se tornou obrigatória desde a aprovação do novo Código Florestal.

A expectativa do governo é que, até janeiro do ano que vem, os estados de Goiás, da Bahia e o Distrito Federal consigam ajustar detalhes jurídicos para aderir ao programa. Mudanças recentes no documento elaborado pelo governo passaram a exigir, por exemplo, a informação sobre todas as autorizações de supressão de vegetação estadual. Nem todas as unidades da federação conseguiram adequar suas legislações locais com as novas regras.

No caso de outros seis estados, como Mato Grosso do Sul e o Pará, que têm seus próprios cadastros, os governos terão apenas que fazer ajustes para integrar os dados com o banco de informações nacional.

“O que fizemos foi mais um passo em torno da implementação do CAR. Temos o desafio de cadastrar quase 5,4 milhões de propriedades rurais no Brasil em dois anos, no máximo”, disse a ministra Izabella Teixeira, depois da assinatura dos convênios, ao lembrar as exigências e prazos estipulados pela legislação florestal. “A estratégia é a mesma que levou à construção do Código Florestal, chamando todos os parceiros que estão envolvidos diretamente”.

Com a adesão, os estados passarão a receber os cursos de capacitação de técnicos para montar o cadastro, além dos dados e das imagens que foram contratadas pelo Ministério do Meio Ambiente. No caso dos proprietários, a ministra disse que, além de ser uma obrigação legal, o CAR é o primeiro passo para a regularização ambiental e condição para acessar créditos de políticas públicas.

“Ao fazer o cadastro, o produtor vai contar com o órgão ambiental para a regularização. Se ele tem que recuperar área de proteção permanente ou reserva legal, ele vai assinar um acordo de cooperação que vai ser monitorado até ele recuperar, por exemplo”, disse Izabella Teixeira.

Na assinatura desta quinta-feira, o governo estendeu as parcerias às várias instituições representativas do setor. A intenção é aproveitar o cadastro que as entidades mantêm para acrescentar ao CAR. No caso da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), existem 2,3 mil sindicados rurais associados e 1,7 milhões de produtores.

O cadastro ambiental rural também terá informações dos mais de 10 milhões de associados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e dos 4 mil sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A expectativa, segundo Izabella Teixeira, é que até 2014 todo o cadastramento esteja concluído. “A lei estabelece a obrigação de ter área de proteção permanente e de reserva legal. Precisamos ter isso mais do que mapeado, implantado, porque é possível produzir com sustentabilidade, sem agredir o meio ambiente, com os rios protegidos, os topos de morros protegidos”, disse. (Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)

Negociadores retomarão discussões sobre mudanças climáticas no início de 2013



Nos primeiros meses de 2013, os negociadores internacionais retomarão as conversas em busca de acordos globais sobre mudanças climáticas que levarão a uma proposta comum a ser fechada até 2015. O acordo refere-se à Plataforma Durban – em substituição ao segundo período do Protocolo de Quioto -, que estabelece os compromissos dos países desenvolvidos para a redução das emissões de gases de efeito estufa e estende as responsabilidades às nações em desenvolvimento.

Há consenso entre os países signatários da Convenção do Clima das Nações Unidas, que se propõem a definir os novos compromissos no prazo máximo de dois anos. O rascunho ficará pronto até o fim de 2014.

“Podemos esperar muitos avanços em 2013. Os países acertaram várias discussões ao longo do ano sobre os elementos desse novo acordo”, disse o secretário de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink.

Os negociadores brasileiros não escondem o otimismo em relação às novas negociações, mesmo em meio aos resultados tímidos alcançados na última Conferência das Mudanças Climáticas, a COP18, em Doha, no Catar, no início do mês. Para os brasileiros, os resultados da COP18 foram aquém do esperado.

“A gente esperava mais de alguns temas, mas, pelo menos, conseguimos mantê-los na agenda, como por exemplo a questão de financiamento novo para os esforços dos países”, disse Klink, admitindo que alguns pontos “deixaram a desejar”.

No que se refere ao aporte de recursos para financiar medidas de adaptação, como obras de infraestrutura para enfrentamento de enchentes e inundações, a falta de ambição por parte dos países desenvolvidos foi justificada pela crise mundial que afeta muitas economias. “Ainda assim, vários países europeus mostraram boa vontade, alguns inclusive trazendo recursos novos. Não é o que gostaríamos, mas é uma sinalização”, acrescentou Klink.

A aposta dos negociadores é que, com a divulgação dos novos relatórios científicos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, a sigla em inglês) a partir do ano que vem, indicadores sobre a emergência do problema do clima sensibilize as nações ainda resistentes. Organismos internacionais, como o Banco Mundial, publicaram advertências ao longo do ano.

Porém, a mensagem parece não ter surtido o efeito que os cientistas esperavam produzir nos debates que asseguraram o novo período do Protocolo de Quioto, único tratado internacional para o clima. Além de metas tímidas, como apontaram observadores que acompanharam as negociações, nações que nunca ratificaram o tratado, como os Estados Unidos, mantiveram-se fora do acordo. Há poucas semanas, o governo canadense reiterou o anúncio de que não participa mais do protocolo, sob forte críticas de partidos da oposição que consideraram a decisão “uma vergonha” na história do país. (Fonte: Agência Brasil)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Desmatamento na Amazônia Legal é o menor já registrado, diz governo


Floresta perdeu 4.656 km² entre agosto de 2011 e julho de 2012.
Número é 27% menor que o do ano anterior, informa ministério.


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou nesta terça-feira (27), que a Amazônia Legal (área que engloba os estados que possuem vegetação amazônica - todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão) registrou o menor índice de desmatamento desde que foram iniciadas as medições, em 1988, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com dados do sistema conhecido como Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), entre agosto de 2011 e julho de 2012 houve o desmatamento de 4.656 km² de floresta, área equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade São Paulo.

O índice é 27% menor que o total registrado no período entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988. “Arrisco a dizer que foi a única notícia ambiental positiva que o planeta teve esse ano”, disse a ministra.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante coletiva realizada nesta terça-feira em Brasília (Foto: Brenda Brandão/G1)Segundo o governo, a margem de erro da estimativa é de 10% e os dados finais do levantamento devem ser divulgados no próximo ano.

Os dados do Prodes consolidam informações coletadas ao longo de um ano por satélites capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso.

Desmatamento por estados

Dados do Inpe apontam que no período avaliado, o Pará foi o estado que mais desmatou a Amazônia. Em um ano, foi responsável por devastar mais de um terço da área desmatada registrada pelo sistema Prodes (1.699 km²).

Apesar do Pará ainda liderar o desmate do bioma, Izabella Teixeira afirmou que houve uma queda significativa na degradação registrada na região. “O desmatamento caiu 44% em relação ao ano passado, o que nos deixa muito feliz. E a tendência é cair ainda mais".

Mato Grosso foi o segundo estado que mais devastou a floresta (777 km²), seguido de Rondônia (761 km²), Amazonas (646 km²), Acre (308 km²) e Maranhão (267 km²). Completam a lista Roraima (114 km²), Tocantins (53 km²) e Amapá (31 km²).

Desmatamento Amazônia 2012 (Foto:  )

Ações de combate
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram realizados 3.456 autos de infração na região da Amazônia Legal.

A ministra argumentou que o governo tem realizado ações, o que teria contribuído para a queda na taxa de devastação da Amazônia. "Há um equívoco dizer que a União não vai intervir contra as práticas do desmatamento. Vamos pegar [as irregularidades] sim, de todo mundo" disse Izabella.

Ela disse ainda que ações ilegais na florestas têm sido realizadas com o uso de táticas de camuflagem. Segundo a ministra, tratores têm sido pintados de verde para que possam ser confundidos com a vegetação, impossibilitando que agentes encontrem os materiais.

Fiscalização eletrônica

O governo anunciou ainda que a partir do próximo ano o Ministério do Meio Ambiente vai utilizar um sistema eletrônico para autos de infração, que será ligado a um banco de dados central. Segundo a ministra, a fiscalização, que deverá ser feita pelo Ibama, vai ser utilizada em todo o Brasil.

O sistema poderá ser utilizado para controle ambiental, combate a incêndios, licenciamento ambiental, além do Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado a partir do novo Código Florestal, e que concentra dados de todos os imóveis rurais do país, a partir de imagens de satélite.

O objetivo do novo sistema é evitar erros, que anulavam processos de infrações. Ele custará R$ 15,7 milhões e passará a ser utilizado a partir de janeiro de 2013. "Esperamos assim, coibir o crime ambiental de uma vez por todas", disse a ministra.

As informações foram divulgadas em coletiva realizada em Brasília, que contou ainda com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e o diretor do Inpe, Leonel Pedondi.

Estados da Amazônia Legal
Desmate registrado
(em km²)
Pará
1.699
Mato Grosso
777
Rondônia
761
Amazonas
646
Acre
308
Maranhão
267
Roraima
114
Tocantins
53
Amapá
31

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

As 10 florestas mais ameaçadas do mundo


O Ano Internacional das Florestas foi lançado oficialmente hoje pela ONU. Para enfatizar a data e alertar para a importância da preservação, a ONG Conservação Internacional divulga as florestas que mais correm o risco de sumirem do mapa. Com apenas 10% de sua cobertura vegetal original, a Mata Atlântica, na costa brasileira, é uma delas


Elas cobrem apenas 30% da área do planeta. Ainda assim, abrigam 80% da biodiversidade terrestre mundial. As florestas também são diretamente importantes para a sobrevivência dos humanos. Estima-se que 1,6 bilhão de pessoas dependem delas para garantir o seu sustento. Além disso, muitas das necessidades mais básicas para a sobrevivência do homem na Terra veem das interações entre as espécies de plantas e animais com os ecossistemas, como a polinização de safras agrícolas, os solos saudáveis, os remédios, o ar puro e a água doce. 


Apesar de terem tanta importância, a devastação vem destruindo as florestas. Com o objetivo de alertar todo o mundo para a necessidade de conservá-las, a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas (Leia 2011 é o Ano Internacional das Florestas), que é inaugurado oficialmente hoje, em Nova York. A ONG CI - Conservação Internacional* aproveita a ocasião para divulgar os dez hotspots florestais mais ameaçados de extinção do mundo. Para ser considerado um hotspot, área deve ter riqueza biológica extrema, índice elevado de espécies únicas de animais e plantas, além de estar altamente degradada, com grande risco de desaparecer. No caso da lista de hotspots florestais, a CI considerou florestas que já perderam 90% ou mais de sua cobertura original e que abrigam, cada uma, pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas (que só existem naquele local). 



A lista inclui florestas no sudeste asiático, na Nova Zelândia, nas montanhas do centro-sul da China, na região costeira da África Oriental e na ilha de Madagascar. O Brasil aparece por conta da Mata Atlântica, que abriga cerca de 20 mil espécies de plantas, 40% delas endêmicas. Atualmente, o bioma ameaçado tem apenas 8% do que era a sua cobertura original. Veja na tabela abaixo a classificação dos hotspots florestais:





“As florestas estão sendo destruídas a uma taxa alarmante para dar lugar a pastagens, plantações, mineração e expansão de áreas urbanas. Com isso, estamos destruindo nossa própria capacidade de sobreviver,” alerta Olivier Langrand, diretor de política internacional da CI. Ele lembra que, além de prestar serviços vitais para os humanos, as florestas têm potencial econômico, de prevenção de erosão e, ainda, de absorção do carbono, gás que contribui para o aquecimento global. 



Para o fornecimento de água, elas também são essenciais. A CI divulga que cerca de três quartos da água doce acessível do mundo vêm de vertentes florestais. Além disso, dois terços de todas as maiores cidades de países em desenvolvimento dependem de uma floresta em sua proximidade para o suprimento de água limpa. Segundo Tracy Farrell, diretora do Programa de Conservação de Água Doce da ONG, fora as instalações de dessalinização, que são economicamente muito caras, a única forma de manter nosso suprimento de água doce é proteger as florestas remanescentes. 



A CI ainda chama a atenção da contribuição das florestas para a estabilização do clima. De acordo com a ONG, os dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo armazenam mais de 25 gigatons de carbono. Por outro lado, o desmatamento representa aproximadamente 15% das emissões totais de gases do efeito estufa. 



O alerta da ONG também é dirigido aos governos, para que eles repensem seus programas de proteção e preservação de suas floresta, como afirma Langrand. “Florestas saudáveis nos oferecem os melhores meios econômicos para enfrentar os diversos desafios ambientais da mudança climática e a crescente demanda por produtos florestais”, diz.

Crime organizado explora até 90% da madeira de florestas tropicais do mundo, diz ONU


Greenpeace denunciou extração ilegal de madeira para uso em carvoarias. Crime organizado lucra até US$ 100 bi por ano com atividade
O crime organizado é responsável por até 90% da exploração madeireira nos principais países tropicais da Bacia Amazônica, da África Central e do Sudeste da Ásia. Isto ameaça os esforços para combater a mudança do clima, o desmatamento, a conservação da fauna e a erradicação da pobreza, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela ONU (Organização das Nações Unidas). 


A extração ilegal de madeira responde de 15% a 30% do comércio global, o que corresponde a um total entre US$ 30 bilhões e US$ 100 bilhões por ano (cerca de R$ 60 bilhões e R$ 200 bilhões, respectivamente), segundo novo relatório do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e da Interpol, apresentado na Conferência Mundial sobre Florestas, em Roma, na Itália.

 O relatório Carbono Verde: Comércio Negrodeclara que o comércio ilegal dificulta a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, chamada de iniciativa Redd, uma das principais ferramentas para catalisar a mudança ambiental positiva, o desenvolvimento sustentável, a criação de empregos e a redução de emissões de gases de efeito estufa, segundo o órgão.

 As florestas do mundo capturam e armazenam dióxido de carbono e ajudam a diminuir os problemas da mudança climática. No entanto, o desmatamento, principalmente de florestas tropicais, é responsável por cerca de 17% de todas as emissões de gás carbônico causadas pelo ser humano - 50% maior do que a soma de emissões de navios, aviação e transporte terrestre. 

"Lavagem" de madeira

O relatório conclui que, sem esforço coordenado da comunidade internacional, madeireiros ilegais e cartéis vão continuar controlando operações de um porto a outro em busca de lucro, prejudicando o meio ambiente, as economias locais e, até mesmo, a vida dos povos indígenas. A Interpol apontou que os crimes estão associados ao aumento da atividade criminosa organizada, como a violência, assassinatos e atrocidades contra os habitantes das florestas indígenas.

Os grupos criminosos estão, segundo o documento, combinando táticas antiquadas (como subornos) com métodos tecnológicos (como hackear sites de governos). Operações ilegais também estão se tornando mais sofisticadas; madeireiros e comerciantes mudam suas atividades entre regiões e países para evitar esforços locais e internacionais de policiamento.

O relatório descreve 30 formas de aquisição e "lavagem" de madeira ilegal. Métodos primários incluem falsificação de licenças de corte e suborno para obter licenças (o documento pode custar em alguns países até US$ 50 mil, cerca de R$ 101 mil), mas também registra novos meios criminosos, como concessões e "hackeamento" de sites governamentais para obtenção ou alteração de licenças eletrônicas.

Uma nova forma de lavar milhões de metros cúbicos de madeira ilegal é misturá-la com madeira legalmente cortada por usinas de serra, celulose, papel e cartão. Outro truque comum é a alegação falsa de que a madeira de florestas selvagens que está sendo vendida é proveniente de florestas plantadas.

Professora e alunos da UFPI conquistam Prêmio Santander Universidades

Professora e alunos da UFPI conquistam Prêmio Santander Universidades
Na tarde desta quarta-feira (21), a professora Sandra Regina Lestinge, do Campus Professora Cinobelina Elvas (Bom Jesus), e os alunos Rômulo Vargas Lustosa e Higor Lucena foram premiados com o Prêmio Santander Universidades 2012 na categoria Universidade Solidária. A cerimônia de premiação ocorreu no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, e contou também com a presença do Reitor José Arimatéia Dantas Lopes. Os vencedores de cada categoria foram agraciados com um troféu e R$ 50 mil.
O projeto vencedor, intitulado Intervenção socioeconômica em Uruçuí-Una: O uso do buriti (Mauritia flexuosa L.) como potencial para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais da Estação Ecológica de Uruçuí-Una-PI, concorreu com outros 11 finalistas. Nascido dentro do PET (Programa de Educação Tutorial) de Bom Jesus, o projeto busca utilizar todo o potencial do buriti para gerar renda para a região de Uruçuí-Una, no sul do estado. Além de alunos de cinco cursos de graduação da UFPI, também integram o programa de intervenção socioambiental professores, parceiros e a comunidade. 
As metodologias envolvem a oferta de oficinas, encontros e reuniões, afirmativas e participativas. Com a conclusão do projeto, espera-se que as famílias adquiram autonomia e melhorem a autoestima, sua inserção em arranjos produtivos com sustentabilidade social, ambiental, econômica e cultural de modo a garantir a melhoria da qualidade de vida.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

I Semana de Ciência e Tecnologia do IFCE – Campus Cedro


A I SECITIF é uma iniciativa conjunta das coordenações dos cursos Superiores em Tecnologia Mecatrônica Industrial e Licenciatura em Matemática e das coordenações dos cursos Técnicos em Eletrotécnica, Mecânica e Informática visando propiciar um ambiente de integração de conhecimento e fomentar, através das interações sociais, as práticas acadêmicas norteadas pelo tripé Ensino-Pesquisa-Extensão.
O IFCE - Campus Cedro já era palco de dois grandes eventos científicos do interior do estado, a FEMECI que se encaminha para sua 6ª edição e o Encontro da Matemática que se encaminha para sua 7ª edição. Tendo em vista o grande alcance destes eventos, resolveu-se congregá-los em uma mesma semana e integrá-los com o I Simpósio Técnico do IFCE – Campus Cedro que tem a intenção de fomentar a pesquisa científica através da exposição e apresentação de artigos científicos que serão avaliados e julgados por uma comissão altamente qualificada.
Além disso, ainda ocorrem concomitantemente a II ROBOMECT, Campeonato de Robótica da Mecatrônica, a I Maratona de Programação, a I Corrida Mecânica, o I Campeonato da Eletrotécnica – Projetos, Elaboração e Montagens de Protótipos de Circuitos Elétricos e o I Campeonato de Xadrez. Ainda dentro da programação desta semana, todas as noites estarão ocorrendo eventos culturais que fazem parte da iniciativa do Clube de leitura do Campus Cedro com a criação do evento Noites Culturais.
Será uma semana de muita atividade onde todos os participantes poderão trocar experiências e conhecimento científico-tecnológicos e desfrutar de excelentes eventos culturais num ambiente acolhedor que somente a cidade de Cedro propicia.

Grupo PET Intervenção Socioambiental finalista de premiação


O Grupo "PET - Intervenção Socioambiental em Uruçuí-Una" é finalista do 15° Prêmio Universidade Solidária 2012. A cerimônia de premiação ocorrerá no próximo dia 21 de novembro em São Paulo com a participação da tutora do grupo PET e também coordenadora do projeto finalista, professora Sandra Lestinge, o reitor da UFPI e dois Petianos/integrantes do projeto, Higor Lucena, do Curso de Engenharia Florestal e Rômulo Lustosa, do curso de Ciências Biológicas da UFPI/CPCE.
O projeto Intervenção Socioeconômica em Uruçuí-Una: o uso do buriti (Mauritia flexuosa L.) como potencial para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais da Estação Ecológica de Uruçuí-Una, concorreu com todas as universidades do país, em um universo de mais de mil projetos inscritos destacando-se e representando o nome da UFPI/Campus Bom Jesus para todo país como uma instituição atuante na extensão, levando os conhecimentos gerados para toda comunidade.
O trabalho visa a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais, nas comunidades tradicionais. As atividades do grupo na Estação Ecológica de Uruçuí-Una, sudoeste do Piauí é realizado a mais de dois anos com o objetivo capacitar cidadão em alta vulnerabilidade social, dentro uma Unidade de Conservação.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PET URUÇUÍ-UNA REALIZARÁ UM DIA DE CAMPO PARA APRESENTAÇÃO DE UMA DESPOLPADEIRA DE FRUTOS.

Confirmado! 

O grupo PET Uruçuí-Una realizará no próximo dia 13 de Outubro um dia de campo para a divulgação de uma máquina despolpadeira de frutas nas cidades de Palmeiras e Currais/PI. 

Este evento visa a divulgação da despolpadeira de frutas que agiliza e melhora o beneficiamento e aproveitamento de frutas na produção de polpa. 

Como o potencial da fruticultura no Piauí é enorme e pouco aproveitado, com o uso desta maravilhosa máquina, poderá haver geração de emprego e renda, melhoria da qualidade de vida, da saúde e alimentação. 

O evento contará com a presença das comunidades de Bom Jesus, Palmeiras, Currais, Santa Luz, Redenção / PI, trabalhadores rurais, representantes do meio acadêmico, autoridades públicas e eclesiásticas. 

Contando com a parceria do Banco do Nordeste, Emater e Prefeitura de Currais, o encontro entres trabalhadores e produtores rurais ocorrerá em dois momentos:

- Comunidade de Palmeiras, às 09 horas – Salão Paroquial 
Ônibus da Universidade saindo da Praça do Fórum em Bom Jesus às 08 horas a manhã.

-Comunidade de Currais, às 15 horas. 
Ônibus da Universidade saindo da Praça do Fórum em Bom Jesus às 14 horas. 

OBS: No dia os participantes participarão de sorteios de brindes além de um delicioso momento para degustação.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012


Maior Árvore do Brasil: Jequitibá





-Significa Gigante em Tupi-Guarani;
-São árvores de tronco de grandes dimensões, tanto em comprimento quanto em perímetro;
-Cariniana sp;
-É da Mata Atlântica brasileira da região sudeste;
-Possui 60 metros de altura ou até mais, sendo uma árvore emergente das florestas, podendo ser vista acima das demais;
-Existe em São Paulo, na Cidade de Santa Rita do Passa 4, Parque Estadual do Vassununga, o jequitibá-rosa de 3.000 anos, com 49 metros de altura e 16 metros de circunferência.

Fonte:Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Nova Cultura; Biologia Vegetal, Reven, Avere e Curtis, Guanabara Dois.



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             É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total.Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade . 
            Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal.O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. 
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.
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Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.

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Área total: aprox: 2.100.000 km2
com ação antrópica: 700.000 km2
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Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
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A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.
Saiba mais sobre o Cerrado Brasileiro:
Cerrado - Clima e Relevo
Cerrado - 
Código Florestal
Cerrado - 
Conservação
Cerrado - 
Fauna e Flora
Cerrado - 
Legislação
Cerrado - 
Leis de Crimes Ambientais
Cerrado - 
Tipos de Cerrado
Cerrado - 
Vegetação



Caracterização do Cerrado


A província do cerrado, como denominada por EITEN, englobando 1/3 da biota brasileira e 5% da flora e fauna mundiais.É caracterizada por uma vegetação savanícola tropical composta, principalmente de gramíneas, arbustos e árvores esparsas, que dão origem a variados tipos fisionômicos, caracterizados pela heterogeneidade de sua distribuição. 

Muitos autores aceitam a hipótese do oligotrofismo distrófico para formação do Cerrado, sua vegetação com marcantes característica adaptativas a ambientes áridos, folhas largas, espessas e pilosas, caule extremamente suberizado, etc. Contudo apesar de sua aparência xeromórfica, a vegetação do cerrado situa-se em regiões com precipitação média anula de 1500 mm, estações bem definidas, em média com 6 meses de seca, solos extremamente ácidos, profundos, com deficiência nutricional e alto teor de alumínio.

Segundo EITEN os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e subsurpeficial. Os principais tipos de vegetação são:

TIPOS DE INTERFLÚVIO

Cerrado (strictu sensu) - é a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas.

Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão) - este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação.

Campo rupestre - encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou fechada. 

Campos litossólicos miscelâneos - são caracterizados pela presença de um substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se deparar com a camada rochosa pela qual não passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada rochosa. 

Vegetação de afloramento de rocha maciça - representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos.

TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA

Florestas de galerias e florestas de encosta associadas - são tipos de vegetação que ocorrem de modo adjacente, estão associados a proximidade do lençol freático da superfície do solo. Assim como as florestas mesofíticas, constituem um tipo florestal, contudo estão situadas sob solos mais férteis e com maior disponibilidade hídrica, o que lhes atribui uma característica mais densa.

Buritizais e veredas - ocorrem nos fundos vales em áreas inundadas, inviáveis para o desenvolvimento das florestas de galerias. São caracterizados pela presença dos denominados "brejos" e a ocorrência de agrupamento de exemplares de buriti (Mauritia vinifera M.), nas áreas mais úmidas, e babaçu (Orbignya barbosiana B) e carnaúba (Copernicia prunifera M), em éreas mais secas.

Campo úmido - caracterizado por um campo limpo, com raras espécimes arbóreas, que permanece encharcado durante a época chuvosa e ressecado na estação seca, ou no final desta, em geral constitui uma área de transição que separa a floresta de galeria ou vereda do cerrado de interflúvio.

Distribuição do cerrado

O cerrado é a segunda maior região biogeográfica do Brasil, se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares (4), englobando 12 estados. Sua área "core", ou nuclear, ocupa toda a área do Brasil central, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a região sul de Mato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o Distrito Federal.

Prolongações da área "core" do cerrado, denominadas áreas marginais, estendem-se, em direção ao norte do país, alcançando a região centro-sul do Maranhão e norte do Piauí, para oeste, até Rondônia, existem ainda fragmentos desta vegetação, formando as áreas disjuntas do cerrado, que ocupam 1/5 do estado de São Paulo, e os estados de Rondônia e Amapá.

Podem ser encontradas ainda manchas de Cerrado incrustadas na região da caatinga, floresta atlântica e floresta amazônica.

Devido a sua localização, o cerrado, compartilha espécimes com a maioria dos biomas brasileiros (floresta amazônica, caatinga e floresta atlântica). devido a esse fato possui uma biodiversidade comparável a da floresta amazônica. Contudo devido ao alto grau de endemismo, cerca de 45% de suas espécies são exclusivas de algumas regiões (4), e a ocupação desordenada e destrutiva de sua área o cerrado é hoje o ecossistema brasileiro que mais sofre agressões por parte do "desenvolvimento".

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Arquiteto italiano projeta a primeira floresta vertical do mundo

Torres residenciais serão construídas no centro de Milão e contarão com 900 árvores.



(Fonte da imagem: Reprodução/Stefano Boeri)

Stefano Boeri, um conceituado arquiteto italiano, apresentou o projeto da primeira floresta vertical do mundo. Batizada de Bosco Verticali, ela será construída no centro da cidade de Milão, na Itália, como forma de contribuir para a regeneração do meio ambiente e da biodiversidade urbana.

O projeto visa a construção de duas torres residenciais, com 110 e 76 metros de altura, respectivamente. As estruturas contarão com 900 árvores — com alturas de 3, 6 e 9 metros —, além de arbustos e outras plantas florais. Caso fosse distribuída em uma área plana, essa quantidade de vegetação corresponderia a 10 mil metros quadrados de área verde.
Microclima urbano

De acordo com Boeri, a floresta vertical servirá para absorver o CO2 e filtrar as partículas de poeira presentes no ar. Além disso, as plantas criarão um microclima, com temperaturas mais amenas tanto no inverno como no verão, além de diminuir a poluição acústica e a incidência de radiação solar.

O sistema de irrigação reaproveitará a água utilizada pelos apartamentos, e as torres contarão com sistemas de produção de energia eólica e fotovoltaica para diminuir os impactos ao meio ambiente.

Amazônia e o meio ambiente



Os motivos pelos quais a Amazônia deve ser defendida nem sempre são lembrados pelos defensores, em novembro de 1971, o biólogo alemão Harald Sioli, do Instituto Max Planck, então fazendo pesquisas na Amazônia, foi entrevistado por um repórter de uma agência de notícias americanas. O jornalista estava interessado na questão da influência da floresta sobre o planeta e o pesquisador respondeu com precisão a todas as perguntas que lhe foram feitas. Mais tarde, porém ao redigir a entrevista, o repórter acabou cometendo um erro que ajudaria a criar um dos mais persistentes mitos sobre a floresta amazônica. Numa de suas respostas, Sioli afirmara que a floresta continha grande porcentagem de dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera. No entanto, ao transcrever a declaração, o jornalista esqueceu a letra C - símbolo do átomo de carbono - da fórmula citada pelo biólogo, que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de oxigênio.


A reportagem com o oxigênio no lugar do dióxido de carbono foi publicada pelo mundo afora e assim, da noite para o dia, a Amazônia se tornou conhecida como "pulmão do mundo" - uma expressão de grande impacto emocional que tem ajudado a semear a confusão no debate apaixonado sobre os efeitos ambientais em larga escala da ocupação da floresta. É um debate em que, por enganos, como aquele, maus argumentos acabam sendo usados para escorar uma causa justa. As organizações de defesa da ecologia misturam às vezes no mesmo balaio fatos e fantasias ao alertar para os perigos das queimadas da floresta amazônica - até porque os dados e conceitos capengas sobre o assunto só levam água para o moinho daqueles que não querem que se faça alarde algum sobre as agressões à natureza que ali se cometem.


De resto, não é tão simples assim achar as verdades definitivas sobre o papel que a floresta desempenha no quebra-cabeça ambiental, num mundo assolado por espectros do tipo efeito estufa, desertificação, chuva ácida e destruição da camada de ozônio, para citar apenas os mais assustadores. As teimosas referências ao "pulmão do mundo", nesse contexto, são exemplares. Pois a floresta amazônica, simplesmente, não é o pulmão do mundo. E o motivo não é difícil de entender. As árvores, arbustos e plantas de pequeno porte, da mesma forma que os animais, respiram oxigênio durante as 24 horas do dia. Na floresta, a quantidade desse gás produzida de dia pelas plantas é totalmente absorvida durante a noite, quando a falta do sol interrompe a fotossíntese. Os vegetais são capazes de criar eles próprios os alimentos de que precisam. O responsável por essa característica é justamente a fotossíntese.

Na presença da luz solar, graças a uma molécula chamada clorofila, que lhes dá a coloração verde característica, as plantas, incluindo as algas e o plâncton marinho, retiram da atmosfera dióxido de carbono e o transformam em carboidratos, principalmente glicose, amido e celulose. Desta sucessão de reações químicas, sobra o oxigênio, do qual uma parte é aproveitada para os processos respiratórios dos vegetais e outra é lançada na atmosfera. Quando a planta é jovem, em fase de crescimento, o volume de oxigênio produzido na fotossíntese é maior que o volume necessário à respiração. Nesse caso, a planta produz mais oxigênio do que utiliza.

Isso acontece porque a planta jovem precisa fixar um grande volume de carbono para poder sintetizar as moléculas que são a matéria-prima de seu crescimento. Já nas plantas maduras, porém, o consumo de oxigênio na respiração tende a igualar o total produzido na fotossíntese. A Amazônia não constitui uma floresta em formação. Ao contrário, é um exemplo da plenitude do ecossistema - interação entre um ambiente e os seres vivos que o habitam - chamado floresta tropical úmida. Nela, portanto, os seres vegetais já crescidos consomem todo o oxigênio que produzem. Apesar de não ser o pulmão do mundo, a floresta amazônica apresenta outras características que muito contribuem para a manutenção da vida no planeta.

As florestas são grandes fixadoras do carbono existente na atmosfera. Somente as matas tropicais contêm cerca de 350 milhões de toneladas de carbono, aproximadamente a metade do que há na atmosfera. Ora, o ciclo deste elemento químico está saturado no planeta, como dizem os especialistas. Devido à queima de combustíveis fósseis - gás, carvão e petróleo -, o carbono se acumula cada vez mais na atmosfera na forma de dióxido de carbono, metano e compostos de clorofluorcarbono. Esse acúmulo é responsável pelo chamado efeito estufa, o aprisionamento de energia radiante que, se suspeita, tende a aumentar a temperatura global da Terra, com efeitos catastróficos também para o homem (SI nº 4, ano 3). Nesse quadro, as florestas exercem uma função essencial na condição de maiores controladoras do efeito estufa. Por isso, o metereologista Luiz Carlos Molion, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, afirma que a floresta amazônica é o "grande filtro" do planeta.

Segundo ele, medições feitas em 1987 mostraram que cada hectare da floresta retira da atmosfera, em média, cerca de 9 quilos de carbono por dia. (Um hectare equivale a 10 mil metros quadrados. O parque Ibirapuera, em São Paulo, por exemplo, tem quase 150 hectares.) A cada ano, o homem lança na atmosfera algo como 5 bilhões de toneladas de carbono. É como se cada ser humano fosse pessoalmente responsável pelo lançamento de uma tonelada do gás por ano. Somente a Amazônia brasileira, com seus 350 milhões de hectares, retira do ar aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas anuais, ou seja, pouco mais de um quinto do total. Números como esses causariam polêmica num passado não muito remoto, quando se duvidava que a floresta fosse capaz de armazenar tamanho volume de carbono. Hoje, porém, se sabe que a assimilação apenas repõe o volume do gás continuamente perdido para o solo e para os rios.

Algumas pesquisas estimam que somente na Amazônia possa residir cerca de 30 por cento de todo o estoque genético do planeta, ou seja, 30 por cento de todas as seqüências de DNA que a natureza combinou. É um número extraordinário, e certos pesquisadores ainda consideram tratar-se de um cálculo por baixo. Uma coisa é absolutamente certa: a preservação da variedade genética da floresta amazônica - que faz da região uma espécie de banco de genes, o maior do mundo - deve ser um dos argumentos mais fortes contra o desmatamento por atacado e a ocupação sem critério da Amazônia. Pois, por mais abstrato que esse argumento possa parecer aos invasores do local - desde os simples colonos que migraram de outras regiões às empresas multinacionais de mineração - cada espécie é única e insubstituível e sua destruição pode significar a perda de um importante acervo genético, de incalculável valor prático para o homem.

Apenas se começa a aprender a ler informações contidas nas florestas tropicais - e existe aí uma verdadeira enciclopédia a ser conhecida. Os índios com certeza têm algo a ensinar nesse vasto capítulo. Os antropólogos descobriram que cada comunidade indígena que habita a Amazônia dispõe de um cardápio de pelo menos cem plantas e um receituário de duzentas espécies vegetais. Um exemplo relativamente recente da utilização do estoque genético da floresta é o desenvolvimento de um remédio contra a hipertensão - inspirado no veneno da jararaca. Essa cobra mata sua presa com uma substância tóxica que reduz a zero a pressão sanguínea do animal. Os estudos sobre a ação do veneno no organismo trouxeram informações valiosas para o reconhecimento da pressão no ser humano.

É esse patrimônio que deve ser preservado junto com as florestas. É um desafio urgente. Segundo o biólogo e ecologista Wellington Braz Carvalho Delitti, da USP, o atual ritmo de extinção de espécies no mundo provavelmente não tem paralelo. Os pesquisadores calculam que nos próximos 25 anos cerca de 1,2 milhão de espécies (dos até 30 milhões que se supões existir na Terra) desaparecerão por completo com a devastação dos seus refúgios florestais. Isso equivale a um genocídio de aproximadamente 130 espécies inteiras por dia.

O debate em torno da preservação das florestas tropicais ainda está longe de se esgotar. A maioria das previsões - menos ou mais desastrosas - que se faz nesse campo estão atreladas a modelos matemáticos, muitas vezes passíveis de falhas. De todo modo, enquanto os especialistas conferem suas projeções, fatos acontecem. E a idéia de preservar indefinidamente a floresta amazônica se mostra cada vez mais impraticável. Essa realidade não escapa a observadores como o insuspeito ecologista Jacques-Yves Cousteau, o oceanógrafo que chefiou uma expedição à região em 1982. "A Amazônia não pode ser intocável", concorda o deputado federal paulista Fábio Feldman, presidente da entidade ecológica Oikos. Para ele, no entanto, "como a vocação da Amazônia é essencialmente florestal, é necessária a sua utilização racional, menos predatória".

A questão que está posta é rigorosamente esta: conjugar o desenvolvimento e a abertura de novas fronteiras com o delicado equilíbrio que sustenta os ecossistemas da floresta tropical. Iniciativas como a construção de grandes hidrelétricas devem ser planejadas cuidadosamente, se bem que seus efeitos a longo prazo para a floresta ainda sejam desconhecidos. Não se pode perder de vista um dado essencial" o conhecimento sobre a dinâmica das florestas tropicais ainda é muito precário. Não ocorre o mesmo com as florestas temperadas do hemisfério norte. Por sinal, ao contrário do que se imagina, essas florestas vêm aumentando sensivelmente nas últimas décadas. Na França, por exemplo, representam atualmente cerca de 30 por cento do território - menos em todo caso que ao tempo da Revolução de 1789. Calcula-se que a chuva ácida e a poluição danificaram pouco mais de um quinto das áreas florestais na Europa. No Japão, o último relatório anual sobre a situação do meio ambiente no país mostra que 67 por cento do arquipélago está coberto de florestas. Se a isso se somarem as áreas ocupadas por lagos, montanhas, neves eternas e pradarias, se verá que ali as regiões naturais chegam a 80 por cento da área total. Em resumo, toda a extraordinariamente vigorosa economia do Japão brota numa área inferior a do Rio de Janeiro - prova de que a propriedade não é incompatível com a preservação da natureza. Ou com seu uso inteligente, quando há outra alternativa.

Oxigênio um presente dos mares


Se a Amazônia não é o pulmão do mundo, qual é então? Afinal, o que produziu o oxigênio da atmosfera da Terra e ainda mantém os seus níveis praticamente constantes? A maior parte da teorias afirma que o oxigênio foi originalmente levado à atmosfera pelo processo da fotossíntese. Portanto, segundo essa hipótese, foram os vegetais primitivos, as algas e o fitoplâncton - pequenos organismos que vivem, aos milhões, suspensos na água do mar - os responsáveis pela produção e acúmulo do gás na atmosfera terrestre.

Uma das barreiras ao desenvolvimento da vida no planeta há cerca de 1 bilhão de anos, era a intensidade das radiações ultravioleta da luz solar. Nessa época, o fitoplâncton e as algas somente conseguiam sobreviver a grandes profundidades. Quando, graças à atividade fotossintética, o oxigênio atmosférico chegou a 1 por cento de seu nível atual, há aproximadamente 800 milhões de anos, foi possível a formação de moléculas de ozônio (O3) em número suficiente para filtrar os raios ultravioleta. Isso permitiu que o fitoplâncton migrasse para as camadas superiores dos mares, mais iluminadas pelo Sol. O resultado foi um aumento exponencial da fotossíntese nos oceanos, levando à rápida formação do oxigênio.

Outras teorias sustentam que o oxigênio, ou pelo menos a maior parte dele, teve origem inorgânica, a partir da fotodissociação da molécula de água. A fotodissociação consiste na separação de um átomo de oxigênio da molécula H2O, devido às radiações ultravioleta. Embora essa hipótese tenha seus defensores, as evidências fósseis e geológicas indicam que o oxigênio teve mesmo origem nos oceanos, confirmando a vocação da água como a grande fonte de vida na Terra.

Como se São Paulo e Santa Catarina tivessem ardido


O Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, concluiu em extenso trabalho, a partir de imagens de satélites, sobre as condições do desmatamento da Amazônia. Os resultados agradaram tanto ao governo que o presidente Sarney os divulgou em rede de TV, ao apresentar sua política de meio ambiente para o país - o programa Nossa Natureza. Pelos dados apresentados apenas 5 por cento (251,4 mil quilômetros quadrados) da Amazônia tinham sido destruídos por queimadas ou desmatamentos "recentes". Esse índice relativamente tranquilizador foi logo contestado por outros pesquisadores e ecologistas, que sugeriram ter havido manipulação de dados.

Tempos depois, uma segunda edição do trabalho do INPE acrescentou outros 92,5 mil quilômetros quadrados, a título de "desmatamentos antigos". Chega-se assim a um total admitido de 343,9 mil quilômetros quadrados de áreas destruídas - equivalentes a um território do tamanho dos Estados de São Paulo e Santa Catarina juntos. Técnicos do Banco Mundial, em Washington, trabalham por sua vez com números ainda piores - 12 por cento de área devastada - e com base nisso aparentemente a instituição tem-se recusado a financiar projetos na região.

Idéias para proteger a Amazônia

Como seria de esperar, quem mais entende do aproveitamento da floresta tropical são os nativos da Amazônia - índios, caboclos e seringueiros. Eles têm sobrevivido à custa do verde sem causar danos sérios à floresta - ao contrário, portanto, dos colonos vindos de fora e dos garimpeiros de Serra Pelada. Seu segredo parece ser a utilização de procedimentos que levam em conta naturalmente a ecologia da região. As clareiras abertas para o cultivo não ultrapassam 1 ou 2 hectares. Depois que a terra se exaure, a clareira que fica não é muito maior do que a formada por uma grande árvore que tivesse caído ali.

Segundo o deputado verde Fábio Feldman, a solução para o aproveitamento da floresta seria a criação de reservas extrativistas, nas quais as atividades econômicas estariam perfeitamente afinadas com a ecologia das matas. Para Feldman, somente medidas que regulamentem a ocupação humana da região podem conter a destruição da floresta. O programa Nossa Natureza, lançado em abril último, não prevê reservas como as imaginadas pelo deputado, mas propõe cerca de cinqüenta medidas para a região amazônica.

Elas incluem, entre outras, a suspensão de incentivos fiscais para projetos na região, a regulamentação da exportação de madeira, a desapropriação de áreas de interesse florestal e o controle do uso de agrotóxicos na floresta. Segundo o físico José Goldemberg, reitor da Universidade de São Paulo, a ampliação das áreas protegidas mediante a criação de parques e reservas poderia abranger cerca de 70 por cento da Amazônia. Para ele, esta deveria ser uma medida imediata no sentido de frear os desmatamentos. Outra seria dirigir os créditos oficiais apenas para investimentos que não impliquem a destruição da floresta.

Curiosidades Sobre a Floresta

curiosidades-floresta
A vazão do Amazonas corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra.
. O maior peixe de água doce do mundo é encontrado no Amazonas. Trata-se dopirarucu, que atinge até 2,5 metros de comprimento, pesando 250 quilos.
Aproximadamente 15% da floresta amazônica original já foi destruída e o Governo estima que esse percentual chegue a 25% até 2020.
. O Parque Nacional do Jaú, criado em 1986, é o terceiro maior parque de floresta tropical do mundo, com área total superior à do estado de Sergipe (22.720 km2).
. Os métodos tradicionais de extração de madeira causam grande desperdício de árvores com valor comercial para cada árvore extraída. O manejo florestal reduz a perda em quase 50%.
. A regeneração da floresta é mais rápida nas áreas manejadas; há evidências de que o manejo reduz pela metade o tempo necessário para uma segunda extração em florestasjá exploradas.
. A vitória-régia (victoria amazonica) é um dos símbolos da Amazônia. Algumas chegam a medir 2 metros de diâmetro.
. O maior animal da Amazônia é o peixe-boi, que pode atingir o peso de meia tonelada, com 3 metros de comprimento.
. A sucuri da Amazônia chega a medir 10 metros de comprimento.
. Em comparação com os demais biomas brasileiros, a Amazônia é o que detém o maior número de áreas de proteção integral (26) e também o maior percentual de florestas oficialmente protegidas (3,2% da área total do bioma). No entanto, apenas 0,38% da área dos parques e reservas hoje existentes na Amazônia está minimamente protegida de fato, pois não foram implementados ou encontram-se muito próximos a cidades.

Uruçuí-Una em destaque: ICMBio vai proteger duas Unidades de Conservação no Piauí


Uruçuí-Una em destaque: ICMBio vai proteger duas Unidades de Conservação no Piauí


O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), considerou duas unidades de conservação no Piauí, como proritária para o perigo de incêndios florestais neste período e anunciou que vai reforçar a fiscalização para evitar o fogo. São elas, Parque Nacional Nascentes do Rio Parnaíba e Estação Ecológica Uruçui-Una. A infomação é do coordenador de Emergências Ambientais do Instituto, Christian Niel Berlinck.
Segundo ele, das 312 Unidades de Conservação do Brasil, somente 100 são proritárias para proteção contra incêndios. Ele informou que nestas unidades foram realizadascursos, capacitadas pessoas da região como também contratados brigadistas, totalizando 1.743 homens para combater os incêndios.
As prioridades do ICMBio no país são a Estação Ecológica de Serra Geral do Tocantins, que abrange os municípios de Almas, Ponte Alta do Tocantins, Rio da Conceição e Mateiros, no estado de Tocantins e o município de Formosa do Rio Preto, na Bahia; o Parque Nacional das Nascentes do Parnaíba, na divisa dos estados do Piauí, Maranhão, da Bahia e do Tocantins; a Estação Ecológica de Uruçuí-Una, que abrange os municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Santa Filomena, no sudoeste do Piauí; e o Parque Nacional da Serra da Canastra, nos municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis, no sudoeste de Minas Gerais.
Berlinck acrescentou que “a maioria dos incêndios florestais [aproximadamente 98%] tem origem antrópica, quer por dolo ou culpa”. Ou seja, quem provoca as queimadas é o homem. Segundo ele, não existe possibilidade de incêndio natural neste período do ano. “Os incêndios ocorrem porque o homem coloca [fogo nas matas]. Incêndio natural é o incêndio por raio, que está associado à presença de nuvens e, geralmente, vem seguido de chuvas que ajudam a controlá-lo, o que não ocorre na época de seca”.
Texto: Tânia Martins/ Fonte: Piauí Sempre Verde