sexta-feira, 21 de setembro de 2012


Maior Árvore do Brasil: Jequitibá





-Significa Gigante em Tupi-Guarani;
-São árvores de tronco de grandes dimensões, tanto em comprimento quanto em perímetro;
-Cariniana sp;
-É da Mata Atlântica brasileira da região sudeste;
-Possui 60 metros de altura ou até mais, sendo uma árvore emergente das florestas, podendo ser vista acima das demais;
-Existe em São Paulo, na Cidade de Santa Rita do Passa 4, Parque Estadual do Vassununga, o jequitibá-rosa de 3.000 anos, com 49 metros de altura e 16 metros de circunferência.

Fonte:Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Nova Cultura; Biologia Vegetal, Reven, Avere e Curtis, Guanabara Dois.



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             É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total.Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade . 
            Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal.O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. 
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.
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Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.

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Área total: aprox: 2.100.000 km2
com ação antrópica: 700.000 km2
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Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
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A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.
Saiba mais sobre o Cerrado Brasileiro:
Cerrado - Clima e Relevo
Cerrado - 
Código Florestal
Cerrado - 
Conservação
Cerrado - 
Fauna e Flora
Cerrado - 
Legislação
Cerrado - 
Leis de Crimes Ambientais
Cerrado - 
Tipos de Cerrado
Cerrado - 
Vegetação



Caracterização do Cerrado


A província do cerrado, como denominada por EITEN, englobando 1/3 da biota brasileira e 5% da flora e fauna mundiais.É caracterizada por uma vegetação savanícola tropical composta, principalmente de gramíneas, arbustos e árvores esparsas, que dão origem a variados tipos fisionômicos, caracterizados pela heterogeneidade de sua distribuição. 

Muitos autores aceitam a hipótese do oligotrofismo distrófico para formação do Cerrado, sua vegetação com marcantes característica adaptativas a ambientes áridos, folhas largas, espessas e pilosas, caule extremamente suberizado, etc. Contudo apesar de sua aparência xeromórfica, a vegetação do cerrado situa-se em regiões com precipitação média anula de 1500 mm, estações bem definidas, em média com 6 meses de seca, solos extremamente ácidos, profundos, com deficiência nutricional e alto teor de alumínio.

Segundo EITEN os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e subsurpeficial. Os principais tipos de vegetação são:

TIPOS DE INTERFLÚVIO

Cerrado (strictu sensu) - é a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas.

Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão) - este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação.

Campo rupestre - encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou fechada. 

Campos litossólicos miscelâneos - são caracterizados pela presença de um substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se deparar com a camada rochosa pela qual não passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada rochosa. 

Vegetação de afloramento de rocha maciça - representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos.

TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA

Florestas de galerias e florestas de encosta associadas - são tipos de vegetação que ocorrem de modo adjacente, estão associados a proximidade do lençol freático da superfície do solo. Assim como as florestas mesofíticas, constituem um tipo florestal, contudo estão situadas sob solos mais férteis e com maior disponibilidade hídrica, o que lhes atribui uma característica mais densa.

Buritizais e veredas - ocorrem nos fundos vales em áreas inundadas, inviáveis para o desenvolvimento das florestas de galerias. São caracterizados pela presença dos denominados "brejos" e a ocorrência de agrupamento de exemplares de buriti (Mauritia vinifera M.), nas áreas mais úmidas, e babaçu (Orbignya barbosiana B) e carnaúba (Copernicia prunifera M), em éreas mais secas.

Campo úmido - caracterizado por um campo limpo, com raras espécimes arbóreas, que permanece encharcado durante a época chuvosa e ressecado na estação seca, ou no final desta, em geral constitui uma área de transição que separa a floresta de galeria ou vereda do cerrado de interflúvio.

Distribuição do cerrado

O cerrado é a segunda maior região biogeográfica do Brasil, se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares (4), englobando 12 estados. Sua área "core", ou nuclear, ocupa toda a área do Brasil central, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a região sul de Mato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o Distrito Federal.

Prolongações da área "core" do cerrado, denominadas áreas marginais, estendem-se, em direção ao norte do país, alcançando a região centro-sul do Maranhão e norte do Piauí, para oeste, até Rondônia, existem ainda fragmentos desta vegetação, formando as áreas disjuntas do cerrado, que ocupam 1/5 do estado de São Paulo, e os estados de Rondônia e Amapá.

Podem ser encontradas ainda manchas de Cerrado incrustadas na região da caatinga, floresta atlântica e floresta amazônica.

Devido a sua localização, o cerrado, compartilha espécimes com a maioria dos biomas brasileiros (floresta amazônica, caatinga e floresta atlântica). devido a esse fato possui uma biodiversidade comparável a da floresta amazônica. Contudo devido ao alto grau de endemismo, cerca de 45% de suas espécies são exclusivas de algumas regiões (4), e a ocupação desordenada e destrutiva de sua área o cerrado é hoje o ecossistema brasileiro que mais sofre agressões por parte do "desenvolvimento".

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Arquiteto italiano projeta a primeira floresta vertical do mundo

Torres residenciais serão construídas no centro de Milão e contarão com 900 árvores.



(Fonte da imagem: Reprodução/Stefano Boeri)

Stefano Boeri, um conceituado arquiteto italiano, apresentou o projeto da primeira floresta vertical do mundo. Batizada de Bosco Verticali, ela será construída no centro da cidade de Milão, na Itália, como forma de contribuir para a regeneração do meio ambiente e da biodiversidade urbana.

O projeto visa a construção de duas torres residenciais, com 110 e 76 metros de altura, respectivamente. As estruturas contarão com 900 árvores — com alturas de 3, 6 e 9 metros —, além de arbustos e outras plantas florais. Caso fosse distribuída em uma área plana, essa quantidade de vegetação corresponderia a 10 mil metros quadrados de área verde.
Microclima urbano

De acordo com Boeri, a floresta vertical servirá para absorver o CO2 e filtrar as partículas de poeira presentes no ar. Além disso, as plantas criarão um microclima, com temperaturas mais amenas tanto no inverno como no verão, além de diminuir a poluição acústica e a incidência de radiação solar.

O sistema de irrigação reaproveitará a água utilizada pelos apartamentos, e as torres contarão com sistemas de produção de energia eólica e fotovoltaica para diminuir os impactos ao meio ambiente.

Amazônia e o meio ambiente



Os motivos pelos quais a Amazônia deve ser defendida nem sempre são lembrados pelos defensores, em novembro de 1971, o biólogo alemão Harald Sioli, do Instituto Max Planck, então fazendo pesquisas na Amazônia, foi entrevistado por um repórter de uma agência de notícias americanas. O jornalista estava interessado na questão da influência da floresta sobre o planeta e o pesquisador respondeu com precisão a todas as perguntas que lhe foram feitas. Mais tarde, porém ao redigir a entrevista, o repórter acabou cometendo um erro que ajudaria a criar um dos mais persistentes mitos sobre a floresta amazônica. Numa de suas respostas, Sioli afirmara que a floresta continha grande porcentagem de dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera. No entanto, ao transcrever a declaração, o jornalista esqueceu a letra C - símbolo do átomo de carbono - da fórmula citada pelo biólogo, que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de oxigênio.


A reportagem com o oxigênio no lugar do dióxido de carbono foi publicada pelo mundo afora e assim, da noite para o dia, a Amazônia se tornou conhecida como "pulmão do mundo" - uma expressão de grande impacto emocional que tem ajudado a semear a confusão no debate apaixonado sobre os efeitos ambientais em larga escala da ocupação da floresta. É um debate em que, por enganos, como aquele, maus argumentos acabam sendo usados para escorar uma causa justa. As organizações de defesa da ecologia misturam às vezes no mesmo balaio fatos e fantasias ao alertar para os perigos das queimadas da floresta amazônica - até porque os dados e conceitos capengas sobre o assunto só levam água para o moinho daqueles que não querem que se faça alarde algum sobre as agressões à natureza que ali se cometem.


De resto, não é tão simples assim achar as verdades definitivas sobre o papel que a floresta desempenha no quebra-cabeça ambiental, num mundo assolado por espectros do tipo efeito estufa, desertificação, chuva ácida e destruição da camada de ozônio, para citar apenas os mais assustadores. As teimosas referências ao "pulmão do mundo", nesse contexto, são exemplares. Pois a floresta amazônica, simplesmente, não é o pulmão do mundo. E o motivo não é difícil de entender. As árvores, arbustos e plantas de pequeno porte, da mesma forma que os animais, respiram oxigênio durante as 24 horas do dia. Na floresta, a quantidade desse gás produzida de dia pelas plantas é totalmente absorvida durante a noite, quando a falta do sol interrompe a fotossíntese. Os vegetais são capazes de criar eles próprios os alimentos de que precisam. O responsável por essa característica é justamente a fotossíntese.

Na presença da luz solar, graças a uma molécula chamada clorofila, que lhes dá a coloração verde característica, as plantas, incluindo as algas e o plâncton marinho, retiram da atmosfera dióxido de carbono e o transformam em carboidratos, principalmente glicose, amido e celulose. Desta sucessão de reações químicas, sobra o oxigênio, do qual uma parte é aproveitada para os processos respiratórios dos vegetais e outra é lançada na atmosfera. Quando a planta é jovem, em fase de crescimento, o volume de oxigênio produzido na fotossíntese é maior que o volume necessário à respiração. Nesse caso, a planta produz mais oxigênio do que utiliza.

Isso acontece porque a planta jovem precisa fixar um grande volume de carbono para poder sintetizar as moléculas que são a matéria-prima de seu crescimento. Já nas plantas maduras, porém, o consumo de oxigênio na respiração tende a igualar o total produzido na fotossíntese. A Amazônia não constitui uma floresta em formação. Ao contrário, é um exemplo da plenitude do ecossistema - interação entre um ambiente e os seres vivos que o habitam - chamado floresta tropical úmida. Nela, portanto, os seres vegetais já crescidos consomem todo o oxigênio que produzem. Apesar de não ser o pulmão do mundo, a floresta amazônica apresenta outras características que muito contribuem para a manutenção da vida no planeta.

As florestas são grandes fixadoras do carbono existente na atmosfera. Somente as matas tropicais contêm cerca de 350 milhões de toneladas de carbono, aproximadamente a metade do que há na atmosfera. Ora, o ciclo deste elemento químico está saturado no planeta, como dizem os especialistas. Devido à queima de combustíveis fósseis - gás, carvão e petróleo -, o carbono se acumula cada vez mais na atmosfera na forma de dióxido de carbono, metano e compostos de clorofluorcarbono. Esse acúmulo é responsável pelo chamado efeito estufa, o aprisionamento de energia radiante que, se suspeita, tende a aumentar a temperatura global da Terra, com efeitos catastróficos também para o homem (SI nº 4, ano 3). Nesse quadro, as florestas exercem uma função essencial na condição de maiores controladoras do efeito estufa. Por isso, o metereologista Luiz Carlos Molion, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, afirma que a floresta amazônica é o "grande filtro" do planeta.

Segundo ele, medições feitas em 1987 mostraram que cada hectare da floresta retira da atmosfera, em média, cerca de 9 quilos de carbono por dia. (Um hectare equivale a 10 mil metros quadrados. O parque Ibirapuera, em São Paulo, por exemplo, tem quase 150 hectares.) A cada ano, o homem lança na atmosfera algo como 5 bilhões de toneladas de carbono. É como se cada ser humano fosse pessoalmente responsável pelo lançamento de uma tonelada do gás por ano. Somente a Amazônia brasileira, com seus 350 milhões de hectares, retira do ar aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas anuais, ou seja, pouco mais de um quinto do total. Números como esses causariam polêmica num passado não muito remoto, quando se duvidava que a floresta fosse capaz de armazenar tamanho volume de carbono. Hoje, porém, se sabe que a assimilação apenas repõe o volume do gás continuamente perdido para o solo e para os rios.

Algumas pesquisas estimam que somente na Amazônia possa residir cerca de 30 por cento de todo o estoque genético do planeta, ou seja, 30 por cento de todas as seqüências de DNA que a natureza combinou. É um número extraordinário, e certos pesquisadores ainda consideram tratar-se de um cálculo por baixo. Uma coisa é absolutamente certa: a preservação da variedade genética da floresta amazônica - que faz da região uma espécie de banco de genes, o maior do mundo - deve ser um dos argumentos mais fortes contra o desmatamento por atacado e a ocupação sem critério da Amazônia. Pois, por mais abstrato que esse argumento possa parecer aos invasores do local - desde os simples colonos que migraram de outras regiões às empresas multinacionais de mineração - cada espécie é única e insubstituível e sua destruição pode significar a perda de um importante acervo genético, de incalculável valor prático para o homem.

Apenas se começa a aprender a ler informações contidas nas florestas tropicais - e existe aí uma verdadeira enciclopédia a ser conhecida. Os índios com certeza têm algo a ensinar nesse vasto capítulo. Os antropólogos descobriram que cada comunidade indígena que habita a Amazônia dispõe de um cardápio de pelo menos cem plantas e um receituário de duzentas espécies vegetais. Um exemplo relativamente recente da utilização do estoque genético da floresta é o desenvolvimento de um remédio contra a hipertensão - inspirado no veneno da jararaca. Essa cobra mata sua presa com uma substância tóxica que reduz a zero a pressão sanguínea do animal. Os estudos sobre a ação do veneno no organismo trouxeram informações valiosas para o reconhecimento da pressão no ser humano.

É esse patrimônio que deve ser preservado junto com as florestas. É um desafio urgente. Segundo o biólogo e ecologista Wellington Braz Carvalho Delitti, da USP, o atual ritmo de extinção de espécies no mundo provavelmente não tem paralelo. Os pesquisadores calculam que nos próximos 25 anos cerca de 1,2 milhão de espécies (dos até 30 milhões que se supões existir na Terra) desaparecerão por completo com a devastação dos seus refúgios florestais. Isso equivale a um genocídio de aproximadamente 130 espécies inteiras por dia.

O debate em torno da preservação das florestas tropicais ainda está longe de se esgotar. A maioria das previsões - menos ou mais desastrosas - que se faz nesse campo estão atreladas a modelos matemáticos, muitas vezes passíveis de falhas. De todo modo, enquanto os especialistas conferem suas projeções, fatos acontecem. E a idéia de preservar indefinidamente a floresta amazônica se mostra cada vez mais impraticável. Essa realidade não escapa a observadores como o insuspeito ecologista Jacques-Yves Cousteau, o oceanógrafo que chefiou uma expedição à região em 1982. "A Amazônia não pode ser intocável", concorda o deputado federal paulista Fábio Feldman, presidente da entidade ecológica Oikos. Para ele, no entanto, "como a vocação da Amazônia é essencialmente florestal, é necessária a sua utilização racional, menos predatória".

A questão que está posta é rigorosamente esta: conjugar o desenvolvimento e a abertura de novas fronteiras com o delicado equilíbrio que sustenta os ecossistemas da floresta tropical. Iniciativas como a construção de grandes hidrelétricas devem ser planejadas cuidadosamente, se bem que seus efeitos a longo prazo para a floresta ainda sejam desconhecidos. Não se pode perder de vista um dado essencial" o conhecimento sobre a dinâmica das florestas tropicais ainda é muito precário. Não ocorre o mesmo com as florestas temperadas do hemisfério norte. Por sinal, ao contrário do que se imagina, essas florestas vêm aumentando sensivelmente nas últimas décadas. Na França, por exemplo, representam atualmente cerca de 30 por cento do território - menos em todo caso que ao tempo da Revolução de 1789. Calcula-se que a chuva ácida e a poluição danificaram pouco mais de um quinto das áreas florestais na Europa. No Japão, o último relatório anual sobre a situação do meio ambiente no país mostra que 67 por cento do arquipélago está coberto de florestas. Se a isso se somarem as áreas ocupadas por lagos, montanhas, neves eternas e pradarias, se verá que ali as regiões naturais chegam a 80 por cento da área total. Em resumo, toda a extraordinariamente vigorosa economia do Japão brota numa área inferior a do Rio de Janeiro - prova de que a propriedade não é incompatível com a preservação da natureza. Ou com seu uso inteligente, quando há outra alternativa.

Oxigênio um presente dos mares


Se a Amazônia não é o pulmão do mundo, qual é então? Afinal, o que produziu o oxigênio da atmosfera da Terra e ainda mantém os seus níveis praticamente constantes? A maior parte da teorias afirma que o oxigênio foi originalmente levado à atmosfera pelo processo da fotossíntese. Portanto, segundo essa hipótese, foram os vegetais primitivos, as algas e o fitoplâncton - pequenos organismos que vivem, aos milhões, suspensos na água do mar - os responsáveis pela produção e acúmulo do gás na atmosfera terrestre.

Uma das barreiras ao desenvolvimento da vida no planeta há cerca de 1 bilhão de anos, era a intensidade das radiações ultravioleta da luz solar. Nessa época, o fitoplâncton e as algas somente conseguiam sobreviver a grandes profundidades. Quando, graças à atividade fotossintética, o oxigênio atmosférico chegou a 1 por cento de seu nível atual, há aproximadamente 800 milhões de anos, foi possível a formação de moléculas de ozônio (O3) em número suficiente para filtrar os raios ultravioleta. Isso permitiu que o fitoplâncton migrasse para as camadas superiores dos mares, mais iluminadas pelo Sol. O resultado foi um aumento exponencial da fotossíntese nos oceanos, levando à rápida formação do oxigênio.

Outras teorias sustentam que o oxigênio, ou pelo menos a maior parte dele, teve origem inorgânica, a partir da fotodissociação da molécula de água. A fotodissociação consiste na separação de um átomo de oxigênio da molécula H2O, devido às radiações ultravioleta. Embora essa hipótese tenha seus defensores, as evidências fósseis e geológicas indicam que o oxigênio teve mesmo origem nos oceanos, confirmando a vocação da água como a grande fonte de vida na Terra.

Como se São Paulo e Santa Catarina tivessem ardido


O Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, concluiu em extenso trabalho, a partir de imagens de satélites, sobre as condições do desmatamento da Amazônia. Os resultados agradaram tanto ao governo que o presidente Sarney os divulgou em rede de TV, ao apresentar sua política de meio ambiente para o país - o programa Nossa Natureza. Pelos dados apresentados apenas 5 por cento (251,4 mil quilômetros quadrados) da Amazônia tinham sido destruídos por queimadas ou desmatamentos "recentes". Esse índice relativamente tranquilizador foi logo contestado por outros pesquisadores e ecologistas, que sugeriram ter havido manipulação de dados.

Tempos depois, uma segunda edição do trabalho do INPE acrescentou outros 92,5 mil quilômetros quadrados, a título de "desmatamentos antigos". Chega-se assim a um total admitido de 343,9 mil quilômetros quadrados de áreas destruídas - equivalentes a um território do tamanho dos Estados de São Paulo e Santa Catarina juntos. Técnicos do Banco Mundial, em Washington, trabalham por sua vez com números ainda piores - 12 por cento de área devastada - e com base nisso aparentemente a instituição tem-se recusado a financiar projetos na região.

Idéias para proteger a Amazônia

Como seria de esperar, quem mais entende do aproveitamento da floresta tropical são os nativos da Amazônia - índios, caboclos e seringueiros. Eles têm sobrevivido à custa do verde sem causar danos sérios à floresta - ao contrário, portanto, dos colonos vindos de fora e dos garimpeiros de Serra Pelada. Seu segredo parece ser a utilização de procedimentos que levam em conta naturalmente a ecologia da região. As clareiras abertas para o cultivo não ultrapassam 1 ou 2 hectares. Depois que a terra se exaure, a clareira que fica não é muito maior do que a formada por uma grande árvore que tivesse caído ali.

Segundo o deputado verde Fábio Feldman, a solução para o aproveitamento da floresta seria a criação de reservas extrativistas, nas quais as atividades econômicas estariam perfeitamente afinadas com a ecologia das matas. Para Feldman, somente medidas que regulamentem a ocupação humana da região podem conter a destruição da floresta. O programa Nossa Natureza, lançado em abril último, não prevê reservas como as imaginadas pelo deputado, mas propõe cerca de cinqüenta medidas para a região amazônica.

Elas incluem, entre outras, a suspensão de incentivos fiscais para projetos na região, a regulamentação da exportação de madeira, a desapropriação de áreas de interesse florestal e o controle do uso de agrotóxicos na floresta. Segundo o físico José Goldemberg, reitor da Universidade de São Paulo, a ampliação das áreas protegidas mediante a criação de parques e reservas poderia abranger cerca de 70 por cento da Amazônia. Para ele, esta deveria ser uma medida imediata no sentido de frear os desmatamentos. Outra seria dirigir os créditos oficiais apenas para investimentos que não impliquem a destruição da floresta.

Curiosidades Sobre a Floresta

curiosidades-floresta
A vazão do Amazonas corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra.
. O maior peixe de água doce do mundo é encontrado no Amazonas. Trata-se dopirarucu, que atinge até 2,5 metros de comprimento, pesando 250 quilos.
Aproximadamente 15% da floresta amazônica original já foi destruída e o Governo estima que esse percentual chegue a 25% até 2020.
. O Parque Nacional do Jaú, criado em 1986, é o terceiro maior parque de floresta tropical do mundo, com área total superior à do estado de Sergipe (22.720 km2).
. Os métodos tradicionais de extração de madeira causam grande desperdício de árvores com valor comercial para cada árvore extraída. O manejo florestal reduz a perda em quase 50%.
. A regeneração da floresta é mais rápida nas áreas manejadas; há evidências de que o manejo reduz pela metade o tempo necessário para uma segunda extração em florestasjá exploradas.
. A vitória-régia (victoria amazonica) é um dos símbolos da Amazônia. Algumas chegam a medir 2 metros de diâmetro.
. O maior animal da Amazônia é o peixe-boi, que pode atingir o peso de meia tonelada, com 3 metros de comprimento.
. A sucuri da Amazônia chega a medir 10 metros de comprimento.
. Em comparação com os demais biomas brasileiros, a Amazônia é o que detém o maior número de áreas de proteção integral (26) e também o maior percentual de florestas oficialmente protegidas (3,2% da área total do bioma). No entanto, apenas 0,38% da área dos parques e reservas hoje existentes na Amazônia está minimamente protegida de fato, pois não foram implementados ou encontram-se muito próximos a cidades.

Uruçuí-Una em destaque: ICMBio vai proteger duas Unidades de Conservação no Piauí


Uruçuí-Una em destaque: ICMBio vai proteger duas Unidades de Conservação no Piauí


O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), considerou duas unidades de conservação no Piauí, como proritária para o perigo de incêndios florestais neste período e anunciou que vai reforçar a fiscalização para evitar o fogo. São elas, Parque Nacional Nascentes do Rio Parnaíba e Estação Ecológica Uruçui-Una. A infomação é do coordenador de Emergências Ambientais do Instituto, Christian Niel Berlinck.
Segundo ele, das 312 Unidades de Conservação do Brasil, somente 100 são proritárias para proteção contra incêndios. Ele informou que nestas unidades foram realizadascursos, capacitadas pessoas da região como também contratados brigadistas, totalizando 1.743 homens para combater os incêndios.
As prioridades do ICMBio no país são a Estação Ecológica de Serra Geral do Tocantins, que abrange os municípios de Almas, Ponte Alta do Tocantins, Rio da Conceição e Mateiros, no estado de Tocantins e o município de Formosa do Rio Preto, na Bahia; o Parque Nacional das Nascentes do Parnaíba, na divisa dos estados do Piauí, Maranhão, da Bahia e do Tocantins; a Estação Ecológica de Uruçuí-Una, que abrange os municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Santa Filomena, no sudoeste do Piauí; e o Parque Nacional da Serra da Canastra, nos municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis, no sudoeste de Minas Gerais.
Berlinck acrescentou que “a maioria dos incêndios florestais [aproximadamente 98%] tem origem antrópica, quer por dolo ou culpa”. Ou seja, quem provoca as queimadas é o homem. Segundo ele, não existe possibilidade de incêndio natural neste período do ano. “Os incêndios ocorrem porque o homem coloca [fogo nas matas]. Incêndio natural é o incêndio por raio, que está associado à presença de nuvens e, geralmente, vem seguido de chuvas que ajudam a controlá-lo, o que não ocorre na época de seca”.
Texto: Tânia Martins/ Fonte: Piauí Sempre Verde

Importante: o valor da Sociobiodiversidade.


      A importância da cadeia produtiva do açaí para o Arquipélago do Marajó (PA), da piaçava para a microrregião do Rio Negro (AM) e dos frutos do cerrado para o norte de Minas Gerais (MG) e as técnicas de fomento dessas cadeias estão sendo discutidos até a próxima sexta-feira (31), na capacitação Promoção de Cadeias de Valor, no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Esses produtos, resultado da sociobiodiversidade local, movimentam a economia e garantem a geração de emprego e renda, sendo conhecidos como Arranjos Produtivos Locais (APLs) da sociobiodiversidade.
    O objetivo da capacitação é apresentar as metodologias de fomento às cadeias de valor, com enfoque na sociobiodiversidade e integrar equipes interdisciplinares para desenhar e implantar os processos de incentivo à produção local. Participam do encontro representantes dos governos estaduais, organizações não governamentais e sociedade civil. A meta é formar cerca de 30 profissionais, que atuarão na organização e apoio às cadeias nos respectivos estados.
Em debate - Ao todo serão discutidos dez APLs da sociobiodiversidade: piaçava na microrregião do Rio Negro (AM), frutos da caatinga no semiárido baiano, piaçava no baixo sul baiano babaçu e pequi na mesorregião do sul cearense, açaí e andiroba no Arquipélago do Marajó (PA), castanha e óleos vegetais de andiroba e copaíba na microrregião de Óbidos (PA), castanha e óleo de copaíba na região da BR 163 (PA), buriti no Piauí, babaçu na microrregião do médio Mearim (MA) e frutos do cerrado no norte de Minas Gerais.
Durante o encontro serão apresentadas as estratégias de promoção de Arranjos Produtivos Locais (APLs), cadeias de valor da sociobiodiversidade, perspectivas de desenvolvimento sustentável e selecionadas algumas novas possibilidades de cadeias de valor. Além disso, serão determinadas estratégias de fomento das cadeias produtivas, desenhados projetos de melhoria das cadeias, com uma apresentação de indicadores de impacto e monitoramento.
   O treinamento faz parte das ações do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), juntamente com a Cooperação Técnica Alemã no Brasil (GIZ). No encontro será usada a Metodologia Value Links, técnica comum para o mapeamento das cadeias de valor de produtos de origem animal e vegetal.
Fonte: Sophia Gebrim/ MMA