segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Silvicultores de Santa Catarina intensificam o combate à vespa da madeira

Para evitar a proliferação da praga, a ACR está intensificando ações de combate

Este período do ano é estratégico para os reflorestadores de pinus. É quando se intensifica o combate à Vespa da Madeira, como é chamada a Sirex noctilio. Trata-se de uma praga exótica, que chegou ao Brasil acidentalmente durante a década de 1980. A Vespa da Madeira deposita ovos nos troncos das árvores, comprometendo o desenvolvimento delas.
A fase agora é de inoculação dos nematóides
Foto: Francisco Santana/Embrapa Florestas
A fase agora é de inoculação dos nematóides
Foto: Francisco Santana/Embrapa Florestas
Em Santa Catarina, mais de 540 mil hectares abrigam plantações deste tipo de árvore. O estado é o segundo maior produtor de pinus do Brasil, atrás apenas do Paraná. Para evitar a proliferação da praga a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) está intensificando ações de combate. Fazem parte da estratégia: reuniões técnicas, campanhas informativas e alertas em rádios dos principais municípios produtores de pinus no estado.

"A participação do produtor florestal, no entanto, é fundamental para o sucesso da estratégia", lembra o presidente da associação, Ali Abdul Ayoub. A Vespa da Madeira ataca principalmente plantios de pinus sem manejo, causando o apodrecimento da árvore. Copa amarelada e respingos de resina no tronco são indícios de infestação. "Identificadas essas características, os órgãos estaduais como Cidasc e Epagri, devem ser comunicados", explica o presidente da ACR.
A vespa da madeira
A vespa da madeira "em ação"
Foto: Francisco Santana/Embrapa Florestas
No fim de abril, aconteceu reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Florestal (Cadif), na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), que contou com a participação do diretor executivo da ACR, Mauro Murara Jr. A reunião tratou do termo de cooperação técnica, assinado em 2015, que define o repasse de subvenção financeira para o combate e monitoramento da Vespa da Madeira. Através da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca irá disponibilizar R$ 70 mil, de origem do Fundo Nacional de Controle da Vespa da Madeira (Funcema). Parte do valor (R$ 20 mil) será utilizada pela Cidasc para produção de material de campanhas preventivas e explicativas. Com a outra parte (R$ 50 mil) a ACR fará a aquisição de nematóides, utilizados no combate direto à praga. Os nematóides são aplicados em troncos de árvores infectadas. Eles penetram nas larvas da vespa, que irão gerar descendentes inférteis.
"Atualmente estamos na fase de inoculação dos nematóides. A partir de setembro começam as instalações de árvores armadilhas", explica Murara Jr. "Profissionais que atuam no corte, desbaste, transporte e nas serrarias, devem ser instruídos para detectar e relatar sinais de infestação", explica ele. Os principais indícios são: presença de insetos adultos, galerias larvais e pequenos orifícios no tronco das árvores de pinus. "Quanto mais cedo o problema for identificado, maior o tempo para combatê-lo e maior será o nosso êxito", conclui ele.
Fonte: Painel Florestal - ACR

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