sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Diversificação da silvicultura no Brasil é a tônica do 11º Dia de Campo Florestal

Projetos para garantia de Reserva Legal, mecanização da silvicultura e o uso de formicidas também mereceram destaque.

O bambu pode ser uma boa alternativa para a recomposição de áreas degradadas no Estado de São Paulo. Com esta frase, o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Bambu (Aprobambu), Guilherme Korte, iniciou o ciclo de palestras do 11º Dia de Campo Florestal, realizado Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, na Fazenda Lageado, em Botucatu (SP), nesta quarta-feira, 26.
Para exemplificar sua proposta, Guilherme Korte citou o caso do Grupo João Santos, que detém uma floresta de bambu e usa a matéria prima para fabricar os sacos de cimento. Outro exemplo dado por Korte está relacionado à fábrica de cerâmicas, no qual o bambu é usado nos fornos para gerar energia. “O Brasil tem a oportunidade de ter uma grande indústria baseada no bambu e esta realidade já acontece na China, onde uma vara de bambu é vendida a US$ 5”, disse.
João Pedro Cannavale, da Florestar
Foto: Robson Trevisan
João Pedro Cannavale, da Florestar
Foto: Robson Trevisan
A palestra seguinte foi proferida por João Pedro Cannavale Pacheco, coordenador técnico da Florestar – Associação Paulista de Produtores de Florestas Plantadas – que destacou o fato de o Estado de São Paulo ter 1,2 milhões de hectares com florestas plantadas. Cannavale disse ainda que o setor florestal gera 545 mil empregos em São Paulo. “O setor florestal brasileiro vive um momento importante, mas é preciso buscar inovação”, disse ele, citando o exemplo da Suzano, que está investindo R$ 30 milhões na produção celulose Fluff, utilizada para fazer fraldas descartáveis.
Os palestrantes Guto Freitas e Thiago Maragno, do Grupo Multifloresta, deram exemplos de projetos bem sucedidos nos municípios de Botucatu e Avaré utilizando-se de consórcio de plantas nativas e exóticas. Eles também enfatizaram a importância do cumprimento do Código Florestal, sobretudo na garantia da Reserva Legal e Área de Preservação Permamente (APP) – áreas em que o Grupo Multifloresta é referência nacional.
O diretor executivo da Bela Vista Florestal, Ricardo Vilela, apresentou exemplos de sucesso no plantio do cedro australiano – madeira nobre que está ganhando mercado no Brasil. De acordo com Vilela, o interesse pela cultura é crescente devido ao desenvolvimento de clones resistentes a pragas e doenças, além de a madeira ter um valor que vem despertando a atenção dos produtores rurais, variando de R$ 1,7 mil a R$ 2,5 mil. Em São Paulo, a Bela Vista Florestal tem parceria com o Grupo Multifloresta no plantio de cedro australiano.
O gerente florestal da Lwarcel, Ariel Fossa, encerrou o ciclo de palestras do 11º Dia de Campo Florestal, destacando que a empresa produz 250 mil toneladas de celulose por ano, porém, ao contrário das demais empresas atuantes no setor, 75% da produção são voltadas para o mercado interno. Ariel frisou, ainda, que a empresa tem produzido um excedente de energia capaz de abastecer 154 mil residências e que a empresa está se fortalecendo no mercado de celulose Fluff. A Lwarcel tem 77 mil hectares de florestas plantadas, dos quais 59 mil são para a indústria de base florestal e 22 mil hectares são para conservação. A produtividade da empresa hoje é de 53 metros cúbicos por hectare ao ano, uma das maiores do Brasil. Além disso, 38,8 mil hectares das florestas já são certificadas.
O picador florestal de biomassa BC 1500 da Vermeer fez sucesso. Foto: Robson TrevisanO picador florestal de biomassa BC 1500 da Vermeer fez sucesso. Foto: Robson Trevisan
Dinagro marca presença no Dia de Campo
A Dinagro também marcou presença no 11º Dia de Campo Florestal. De acordo com Thaís Lopes e Maria Fernanda Simões, a empresa a patrocina o evento desde a primeira edição. Na avaliação de Thaís Lopes, apesar da empresa fornecer iscas formicidas para grandes empresas, o contato com os pequenos produtores é essencial. “O público do Dia de Campo é diferente de um evento como a Feira Três Lagoas Florestal. Sem dúvida, são duas oportunidades para fazermos novos contatos e fecharmos novos negócios”, observou Thaís Lopes.
O coordenador florestal da Agroceres, Gustavo Marton, considerou o 11º Dia de Campo Florestal extremamente positivo pelo contato direto com os pequenos produtores rurais. “Viemos aqui difundir nossa marca para todos e os pequenos são muito importantes”, disse Marton. No Dia de Campo, o promotor de vendas Lucas da Silva – da Jacto – apresentou um pulverizador elétrico que chamou a atenção dos produtores rurais. O equipamento pode ser usado para aplicar inseticida, herbicida, fungicida e fertilizante. Em termos de máquinas, quem atraiu a atenção foi o picador florestal de biomassa BC 1500 da Vermeer, que pode gerar de 10 a 12 toneladas de eucalipto picado por hora.
Fonte: Painel Florestal

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